<body>

quarta-feira, outubro 12, 2005

AUTOBIOGRAFIA


LA GARANTIA SOY YO
Fabricio Mota nasceu em Serrinha - BA, às 22:50h de uma quinta-feira comum, aos 20 dias de dezembro de 1979, fechando a década de 70 com chave de ouro. Cresceu com sua família nesta pacata cidade, observando o mundo ao seu redor, e sempre tentando entender como as coisas funcionam (ou como deveriam funcionar). Aos 6 anos pensava em ser dentista quando crescesse.

Teve seu primeiro contato com a música através de sua avó paterna (hoje bandolinista há 83 anos), com quem se encontrava com pouca frequência. Descobriu aí que tinha algum talento, por menor que fosse, para a música.
Aos 8 ganhou um órgão de gaitas Hering de seu pai. Era uma espécie de companheiro inseparável. Comprou algumas revistinhas de acordes, uma de Elvis Presley, outra de músicas nacionais, Roberto Carlos... enfim. Se divertia bastante. Decidiu, aí, que queria ser tecladista.
Aos 12 anos começou a ouvir Pink Floyd, através de um (fantástico) disco existente na estante de seu pai: "The Dark Side Of The Moon". Neste momento, começava a brotar a paixão pela música. Mas desta vez como ouvinte, como apreciador. Também com este disco, começara a criar uma certa confusão sobre a escolha do instrumento. Surgia, aí, o interesse pela guitarra.
A primeira banda com que realmente teve participação foi aos 13, como tecladista. A banda chamava Dicyplu's e tinha estilo um tanto indefinido, mas era liderada por um inveterado e reconhecido fã de Elvis Presley - Rogério Ribeiro. Digamos que foi uma outra figura de papel importante na sua história musical. Mas o seu desejo pela guitarra ainda era constante.
Ainda com 13 anos, começou a aprender violão, mirando a guitarra. Também neste ano começou a experimentar alguns estilos musicais - e de vida - que enfim o classificariam como 'roqueiro'.
Mudou-se para Salvador aos 14, mesmo ano em que começou a aprender guitarra, de fato, quando (finalmente) conseguiu passar no exame de seleção na Escola Técnica.
Começou a estudar clarinete na escola, apenas como uma atividade que dispensaria a obrigatória e tão temida disciplina de educação física, e manteve seus estudos por 2 anos. Obviamente não se formou aí um clarinetista de respeito, nem tão pouco este instrumento virou sua meta de carreira. Mas aprendeu um pouco da escrita e da leitura da música.
Aos 15 anos fundou uma banda de Heavy Metal com Almir Néri Júnior, chamada Death Warrior. Perdurou como guitarrista deste estilo até os 16. Consolidaram-se neste período algumas composições próprias, com temas e estilos ligados à banda. Em 1996 integrou esta banda com Valmar Oliveira, resultando na (também há muito encerrada) Azrael.
Ainda no ano de 1995, era tecladista de uma banda de Axé Music. Não gostava deste estilo, mas o encarava como atividade profissional. Apesar de conseguir desenvoltura no posto, não vislumbrava nem êxito e nem sustentabilidade. Por conta disso, abandonou a carreira de tecladista de Axé ainda neste ano. Na ocasião, também decidiu investir na guitarra, e se distanciar mais dos teclados.

Sustentou, até o final dos 16, a irrevogável idéia de cursar regência. Ainda neste ano de 96, escreveu sua primeira (e talvez única) peça para cordas, sopros, trompas e tímpanos. Não que isso lhe garanta algum elogio ou respaldo entre grandes compositores, mas com certeza lhe deu argumentos para sonhar com a carreira de regente por mais algum tempo.
Em meados de 97 estava envolvido com um projeto-banda pop-rythm-blues-light-rock, que integrava, dentre outros músicos, Emerson Leal e Rajasi Vasconcelos. Também estaria envolvida no projeto a cantora Fabiana Mueller. O projeto se chamara "Oda Mae Brown & Seus Fantasmas".

Ainda ao final de 2001, para interromper a sua embrionária idéia de ser baixista, recebeu o convite de Emerson Leal para fundar a pop-blues band Oda Mae Brown, onde permanece até hoje. No início de 2005, decidiu que também assumiria os teclados, garantindo assim o seu posto de (não único) multi-instrumentista na banda.

Fabricio Mota é guitarrista e tecladista da Oda Mae Brown.

quinta-feira, outubro 06, 2005

O QUE EU DIGO VERSUS O QUE EU FAÇO

COMPORTAMIENTO HUMANO
Dois hábitos definem na vida do ser humano uma linha de comportamento que eu julgo nobre:

Em primeiro lugar saber separar a cabeça do coração, sobretudo nos momentos de dificuldade. A nossa primeira reação é sempre a de sentir o problema. E sentir o problema é o passaporte para o desgosto, ou em determinados casos, até para o desespero. E desespero não ajuda em nada. Só leva ao desastre. Não me recordo de absolutamente nenhuma ocasião em que sequer uma pessoa, por desespero, acabou tomando a atitude correta.

Apesar de nos parecer de imediato algo relativamente comum, este tipo de postura imparcial é estranhamente raro de se encontrar. A maioria das pessoas age mais por impulso do que por razão. E neste conjunto eu honestamente me incluo. Até mesmo dentre pessoas julgadas como racionais – por si e por muitos – uma grande maioria, tenho notado, possui hábitos impulsivos que lhes são desconhecidos ou desacreditados.

Em segundo lugar, e tendo como pré-requisito o primeiro hábito, é saber dominar o coração com a cabeça. Este aí é que é o difícil mesmo. Até porque, se já não é nada fácil sair do domínio das emoções, quem dirá controlá-las e aos seus cavalos arredios. Seriam dois grandes passos. O primeiro o de sair da condição de dominado. O segundo, o de passar para a condição de dominador.

O detalhe é que as (raras) pessoas de quem eu me lembre que tenham demonstrado a capacidade de dominar com o uso da razão as situações difíceis, também tem demonstrado um grande defeito: uma considerável falta de empatia. É como se fossem habilidades exclusivas, a empatia (o humano) e a razão (o exato).

É notável que quem tem frieza suficiente para resolver um problema sem se deixar envolver com ele, ironicamente – ou previsivelmente – também tem frieza o suficiente para nem sempre perceber que magoou, ofendeu, ou irritou alguém com o seu racionalismo e sinceridade excessivos. Falta-lhe sensibilidade o bastante para perceber quando o seu modo de pensar, e a sua expressão, vão desnecessariamente atingir a alguém.

O que eu posso concluir, para desgosto daqueles que ousam se vangloriar pelo dom da inteligência racional (ciências exatas, raciocínio lógico, etc.), é que existem outros tipos de inteligência. Aliás, talvez dezenas deles, donde se pode incluir a criatividade - que eu particularmente considero como uma inteligência, e das mais nobres - e também a habilidade de relacionamento, que tem muito a ver com empatia e com a arte da palavra. Em suma, o cara pode ser um guru da matemática, e viver por aí dando pedradas enquanto vive em sociedade.

Por fim um hábito mais nobre ainda, no meu humilde conceito, é o daquele ser humano que consegue ser racional nos atos, e ao mesmo tempo sensível o bastante para lidar com as pessoas. Infelizmente ainda não me recordo de ter conhecido este ser humano pessoalmente. Mas com certeza ele deve existir, e deve ser bem sucedido. Feliz daquele que faz o que deve ser feito, e diz o que é melhor de ser ouvido.