<body>

sexta-feira, agosto 04, 2006

LÓGICA PARCIAL

COMPORTAMIENTO HUMANO

Há algum tempo atrás, mencionei o quanto as pessoas tomam posições e atitudes, perante as outras, em função de seu grau de simpatia. É bastante comum cometermos julgamentos arbitrários, onde questões pessoais prevalescem em detrimento da objetividade, da razão e do bom senso.
Na verdade, há uma teoria ainda mais radical neste sentido. Proponho aqui que a tendência natural é que praticamente todas as ações tomadas por todas as pessoas, quando envolvendo outras, em maior ou em menor grau, acabam por levar em conta o julgamento pessoal. Estes fenômenos acontecem tanto consciente quanto inconscientemente. E eles são muitas vezes imperceptíveis até mesmo para quem vê a olho nú, pelo lado de fora.
Reflita bem e verá que uma evidência desta espécie de subjetividade é que o nosso senso de julgamento não está tão fundamentado em implicações lógicas quanto se pensa. Intuitivamente, buscamos julgar o “correto” ou o “errado”, bem como o “pior” ou o “melhor”, baseados muito mais na sensação de estar correto, errado, pior ou melhor – que é imediata – do que de uma conclusão lógica – que requer uma bateria de testes de implicação. E "sensações" são bastante subjetivas. Em se tratando de julgar outras pessoas, então...
Picuinhas ou favorecimentos estão embutidos na maioria de nossas atitudes, por mais formais e objetivas que estas sejam. Tanto nos itens mais subjetivos como no julgamento estético, quanto em momentos formais, como contratação de funcionários, avaliação de competições, compras de fornecedores, o favoritismo está muito presente. Até mesmo avaliações “objetivas” não estão de todo imunes dos laços de simpatia.
Usar parâmetros impessoais como medidas não eliminam o problema como um todo. Se Zidani é amigo, e pode ser contratado, muda-se os critérios de avaliação destas métricas antes de submetê-lo ao exame. Ou anula-se outros depois. Se Materazzi é inimigo e não deve ir na viagem, as restrições para a viagem começam daquelas nas quais ele não as satisfaz.
Uma vez a ação tomada, os argumentos começam a surgir em função das conclusões, ao invés do contrário, como preza a boa lógica da razão. E as pessoas, para não parecerem injustas, preconceituosas ou antipáticas, antecipam as justificativas:
"Olha só... não quero que fique parecendo que tenho motivos pessoais não, mas é porque (...)".

2 Puedes hablar:

Blogger Vinnodha O Polêmico said...

muito bom e correto, mas acho que isto vai demorar muito para ser compreendido. Este é um problema de raiz, comportamentos são como folhas, ações são como frutos. Arrancar os frutos ou derrubar as folhas não transformarão uma mangueira numa jaqueira, o grande lance está na transmutação da raiz.

quinta-feira, agosto 10, 2006 4:48:00 PM  
Blogger Unknown said...

Ser compreendido não é sinônimo de resolver o problema.

Isto é um problema sem solução.

Do contrário, não seremos mais humanos.

domingo, agosto 20, 2006 12:29:00 AM  

Postar um comentário

<< Home