<body>

sábado, julho 29, 2006

A UM PASSO DO PODER

CINE

Este post inaugura uma nova seção do informativo La Garantía Soy Yo: Cinema.
A bola da vez é o filme de 1991 "A Um Passo do Poder" (True Colors, no seu título original), de Herbert Ross & Andrew Stone, um drama sobre relações humanas. Um filme relativamente bom, embora sem nada de muito sensacional.
O enredo se desdobra através da amizade entre um jovem político e um promotor público (respectivamente, John Cusack e James Spader), desde quando eram colegas na faculdade de direito até o auge de suas carreiras profissionais.
Em essência, a estória trata de manipulação, ambição e corrupção. A boa sacada do roteiro, talvez, está em retratar, de maneira cotidiana, a evolução destes aspectos no decorrer da vida de uma pessoa, como eles interferem nas relações pessoais, e o quanto os valores estão ou estariam intrinsecamente associados à personalidade.
Frase interessante: "A amizade é como o orvalho. Cai tanto na pétala quanto no cocô do cachorro".

quarta-feira, julho 26, 2006

VOTE NULO???

POLÍTICA Y CIUDADANÍA
Já recebi diversas vezes uma corrente de e-mail que circula na Internet, dizendo para votar nulo. O fundador da corrente acredita que votar nulo é a "a solução para a corrupção no nosso país".
No texto, exemplifica-se uma eleição qualquer com candidatos como Roberto Jefferson, Paulo Maluf, José Dirceu, Marcos Valério, etc. Argumenta-se que se a maioria do eleitorado (i.é., cinquenta por cento mais um) votar em nulo, o Tribunal Eleitoral é obrigado a fazer uma nova eleição, com novos candidatos. Sugere, por fim, que se o e-mail for repassado, este estágio mirabolante poderá vir a ser alcançado.
Pois vamos à realidade:
Qualquer estatística mostra que uma maioria devastadora da população da nossa pátria amada é analfabeta digital, i. é., não possui aptidão ou requisitos necessários para usar um computador. Quem dirá a Internet. Quanto mais o correio eletrônico. Sendo assim, pretender chegar a um percentual de 50% + 1 eleitores, usando o correio eletrônico, exala uma mistura de imaturidade com surrealismo.
Na verdade, façamos uma análise um pouco mais perseverante sobre os dados e fatos. Observa-se que, por motivos um pouco maiores do que mera coincidência, a pequena fatia do bolo do eleitorado que possui acesso a correio eletrônico está bastante próxima da parcela da população que possui consciência política. Este lado do histograma, obviamente, constitui a modalidade de voto menos danosa ao poder público. É quem menos precisa de orientação política, porque quem de fato mais precisa mora na outra fatia do bolo.
Esta consciência política vem sendo esmagada desde o início da ditadura militar, e foi extirpada dos currículos de nossas escolas e universidades. A mesma escassa consciência política deveria ser mais respeitada, porque ela vêm resistindo, no viés deste nosso progresso movido a pão e circo, nas idéias e nos atos de uma minoria ainda representativa. E esta minoria deveria estar usando seus instrumentos para orientar a visão de mundo dos mais puros de coração e de alma, e não para ficar tentando desorientar.
Tentar persuadir a parcela politicamente consciente da população a votar nulo, note bem, é induzí-los a ter a sua própria representatividade eleitoral abnegada perante os analfabetos digitais. Sim, porque estes últimos continuarão votando no candidato da mídia, com ou sem corrente de email. Por fim, seria estimular a abstenção do exercício da democracia.
Julgar como estratégica um ação de tamanha absurdidez, é no mínimo esperar que ela possua intenções perniciosas. Julgá-la como de bom senso, ao invés, é dotar o seu autor de uma santíssima inocência.

sexta-feira, julho 21, 2006

NAVEGAR É PRECISO, VIVER NÃO É PRECISO

LITERATURA

Muito se viu achar que Fernando Pessoa, ao proferir esta famosa frase, ousara julgar como de grande relevância à navegação, relevância esta maior do que a da própria vida. "Navegar é necessário. Viver não é". Erro comum.
Preciso, na frase, não seria sinônimo de necessário, mas sim de exato.
O que o poeta estaria querendo dizer é que a navegação requer precisão, e para isto faz uso de diversos instrumentos e técnicas de exatidão para que não se cometa erros. A arte de viver, no viés da navegação, não requer precisão. Ao contrário, a vida é cheia de caminhos tortuosos.

segunda-feira, julho 17, 2006

REENCARNAÇÃO: VOCÊ ACREDITA OU NÃO?

FE

Com o profundo respeito aos que acreditam - inclusive porque fui espírita até os meus 12 anos de idade, e tenho, além do berço, muitos amigos que o são - devo dizer que não. Não concebo hoje que a consciência, em sua essência, transborde o volume de um cérebro neuronal; tampouco creio que ela ou qualquer um de seus caracteres sejam transferidos após a morte para um outro cérebro.
Nota-se que a idéia de reencarnação no ocidente se difundiu massivamente nos últimos cento e cinquenta ou talvez duzentos anos. Hoje, sobretudo no Brasil, não se vê esta crença apenas nos espíritas e nos membros das escolas iniciáticas de caráter oriental. Ao contrário, vê-se muitos, declarados como não-religiosos ou até mesmo católicos, simpatizantes da idéia do nascer de novo.
Por mais que se justifique que os argumentos da reencarnação não provieram da criatividade consciente do homem, a autoria humana sobre ela é plenamente plausível. Se tentarmos olhar para o conceito de reencarnação com outros olhos, veremos que ele tem se propagado com tamanha rapidez, em notáveis momentos históricos, na medida em que a qualidade de vida do homem tem aumentado.
Não há como negar que a qualidade de vida vem aumentando drasticamente desde os últimos duzentos anos: redução da mortalidade, das pestes e pandemias, longevidade, melhoria na alimentação, medicina, saúde, diversão, conforto, tecnologia, energia elétrica, cinema, informática, video games, internet, sexo seguro, saneamento básico, culinária, beleza, educação, climatização, banho quente, e uma imensidão de outras coisas que tornam a vida aqui na terra muito interessante.
Com base nestes argumentos, fica até compreensível que se deseje voltar à vida, do que ir para um paraíso e ficar sentado no gramado alisando leõezinhos para sempre.

domingo, julho 09, 2006

SAMBA DO GRANDE AMOR

MÚSICA Y POESIA

SAMBA DO GRANDE AMOR
Chico Buarque (Brazil) - 1983


Tinha cá pra mim
Que agora sim
Eu vivia enfim o grande amor
Mentira
Me atirei assim
De trampolim
Fui até o fim um amador

Passava um verão
A água e pão
Dava o meu quinhão pro grande amor
Mentira
Eu botava a mão
No fogo então
Com meu coração de fiador

Hoje eu tenho apenas uma pedra no meu peito
Exijo respeito, não sou mais um sonhador
Chego a mudar de calçada
Quando aparece uma flor
E dou risada do grande amor
Mentira

Fui muito fiel
Comprei anel
Botei no papel o grande amor
Mentira
Reservei hotel
Sarapatel
E lua-de-mel em Salvador

Fui rezar na Sé
Pra São José
Que eu levava fé no grande amor
Mentira
Fiz promessa até
Pra Oxumaré
De subir a pé o Redentor

Hoje eu tenho apenas uma pedra no meu peito
Exijo respeito, não sou mais um sonhador
Chego a mudar de calçada
Quando aparece uma flor
E dou risada do grande amor
Mentira

domingo, julho 02, 2006

QUEM SOU EU

REFLEXIÓNES

Uma pessoa fria e calculista. Extremamente egoísta. Dificilmente sabe olhar o lado dos outros. Está quase sempre, atenta ou desatentamente, impondo as coisas à sua maneira.
Ranzinza e mal humorado, sobretudo no momento em que acorda. De difícil convívio social, esboça-se com grande frequência em episódios de ironia e de sarcasmo. Por vezes, também falso. E manipulador. Dificilmente faz algo que não venha a, direta ou indiretamente, satisfazer aos seus próprios interesses.
Prepotente e arrogante. Supervaloriza as suas raras qualidades em níveis não condizentes com a realidade. Idealiza e impõe-se virtudes que não possui. Não sabe perder. Não sabe lidar com a derrota.
Impulsivo, mergulha-se em atos que satisfazem a instintos e descontrole emocional - embora envoltos na disfarçatez de atitudes racionais. Irresponsável. Não sabe administrar o tempo.
Na maioria das vezes, também, pessimista. Se não prediz ou anuncia as coisas ainda não ocorridas pela sua pior hipótese, observa os fatos quase sempre por alguma de suas facetas menos entusiasmantes.