QUEM FORAM OS MAMONAS ASSASSINAS?

BUENA MÚSICA

imagem fonte: http://www.caiman.de/mamonbr.html

Este ano completou-se os 10 anos de morte dos Mamonas Assassinas. Para alguns de vocês, adolescentes, estes 10 anos devem ter sido uma eternidade (se é que chegaram a conhecer o grupo). Mas para mim, bem como para muitos contemporâneos meus, passaram voando.

Os Mamonas Assassinas eram uma banda composta por um quinteto pra lá de irreverente, revelados na música nacional. Eram praticamente cinco débeis-mentais, liderados pelo baiano Dinho, de Irecê. O barraco do seu sucesso explodiu com o primeiro e único CD, em 1994, com algo em torno de um ano antes de sua trágica morte, de acidente de avião. Até hoje existem alguns carnificinas ou maníacos homo-suicidas que veneram na internet as fotos de seus cadáveres em destroços.

Eles eram uma banda de rock. Embora eu tenha visto muitos de seus fãs leigos – que odiavam o rock com todas as suas forças – jurarem que aquilo não era rock (ohohohoho eles acreditaram!), eles de fato tocavam rock. Não sei dizer ao certo quando eles surgiram, mas sei que de início, eles tentaram ser uma banda de Pop-Rock normal chamada “Utopia”. Pareceu não vingar muito. Daí, caíram na real, e destrambelharam de vez.

Suas músicas contemplavam misturas de estilos, sátiras a músicos brasileiros e importados, cotidiano, uma razoável musicalidade, muita originalidade e, principalmente, muito senso de humor. Na lista dos artistas vítimas desta cambada estão Belchior, Titãs, Falcão, Sérgio Reis, Roberto Leal, The Cure, Rush, Negritude Jr... Até o Sepultura caiu na brincadeira.

Eles eram de fato originais. Tanto eram que foram explosivos no sucesso (fenômenos e estratégias de mercado à parte). Era uma loucura ver velhos, adultos, jovens e crianças, sérios ou insanos, ricos e pobres, rockeiros ou pagodeiros, ouvindo e os venerando. Todos tinham um CD dos Mamonas em casa, com um tracejado na capa escrito “recorte aqui e estrague seu encarte”.

Depois dos Mamonas, começou-se a surgir bandas genéricas, com um estilo um tanto made in China (distributed by Paraguay), aparentemente tentando repetir a façanha. Lembro-me de ter conhecido os integrantes de uma destas, em 99, nos estúdios WR, quando lá estagiei como programador MIDI. Eles tentavam satirizar a então famosa Tiazinha, com uma personagem chamada Vovozinha. Cheguei a ver a música em rádios mas, como previ, não deram muito certo. O que é original só acontece uma vez.