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quinta-feira, outubro 06, 2005

O QUE EU DIGO VERSUS O QUE EU FAÇO

COMPORTAMIENTO HUMANO
Dois hábitos definem na vida do ser humano uma linha de comportamento que eu julgo nobre:

Em primeiro lugar saber separar a cabeça do coração, sobretudo nos momentos de dificuldade. A nossa primeira reação é sempre a de sentir o problema. E sentir o problema é o passaporte para o desgosto, ou em determinados casos, até para o desespero. E desespero não ajuda em nada. Só leva ao desastre. Não me recordo de absolutamente nenhuma ocasião em que sequer uma pessoa, por desespero, acabou tomando a atitude correta.

Apesar de nos parecer de imediato algo relativamente comum, este tipo de postura imparcial é estranhamente raro de se encontrar. A maioria das pessoas age mais por impulso do que por razão. E neste conjunto eu honestamente me incluo. Até mesmo dentre pessoas julgadas como racionais – por si e por muitos – uma grande maioria, tenho notado, possui hábitos impulsivos que lhes são desconhecidos ou desacreditados.

Em segundo lugar, e tendo como pré-requisito o primeiro hábito, é saber dominar o coração com a cabeça. Este aí é que é o difícil mesmo. Até porque, se já não é nada fácil sair do domínio das emoções, quem dirá controlá-las e aos seus cavalos arredios. Seriam dois grandes passos. O primeiro o de sair da condição de dominado. O segundo, o de passar para a condição de dominador.

O detalhe é que as (raras) pessoas de quem eu me lembre que tenham demonstrado a capacidade de dominar com o uso da razão as situações difíceis, também tem demonstrado um grande defeito: uma considerável falta de empatia. É como se fossem habilidades exclusivas, a empatia (o humano) e a razão (o exato).

É notável que quem tem frieza suficiente para resolver um problema sem se deixar envolver com ele, ironicamente – ou previsivelmente – também tem frieza o suficiente para nem sempre perceber que magoou, ofendeu, ou irritou alguém com o seu racionalismo e sinceridade excessivos. Falta-lhe sensibilidade o bastante para perceber quando o seu modo de pensar, e a sua expressão, vão desnecessariamente atingir a alguém.

O que eu posso concluir, para desgosto daqueles que ousam se vangloriar pelo dom da inteligência racional (ciências exatas, raciocínio lógico, etc.), é que existem outros tipos de inteligência. Aliás, talvez dezenas deles, donde se pode incluir a criatividade - que eu particularmente considero como uma inteligência, e das mais nobres - e também a habilidade de relacionamento, que tem muito a ver com empatia e com a arte da palavra. Em suma, o cara pode ser um guru da matemática, e viver por aí dando pedradas enquanto vive em sociedade.

Por fim um hábito mais nobre ainda, no meu humilde conceito, é o daquele ser humano que consegue ser racional nos atos, e ao mesmo tempo sensível o bastante para lidar com as pessoas. Infelizmente ainda não me recordo de ter conhecido este ser humano pessoalmente. Mas com certeza ele deve existir, e deve ser bem sucedido. Feliz daquele que faz o que deve ser feito, e diz o que é melhor de ser ouvido.

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