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sábado, dezembro 31, 2005

O VIAJANTE DO TEMPO

HISTORIAS FANTÁSTICAS

Em 2002, o então apostador da bolsa de Wall Street, Andrew Carlssin, de 44 anos, teria transformado um investimento inicial de 800 dólares num portifólio de 350 milhões em apenas duas semanas. Esse assombroso êxito, ocorrido através de 126 transações de alto risco, virou o globo pela internet, e tornou o seu suposto autor conhecido como “o viajante do tempo de Wall Street”.

Após ser preso pelo FBI por suspeitas de acesso a informações confidenciais, e interrogado pela Comissão de Segurança, ele teria confessado. Dizia ser um viajante do tempo, vindo do ano 2256, e predestinado a faturar com a bolsa de valores. “Era tentador demais para resistir” – teria dito o viajante do tempo, durante a sua confissão de cerca de quatro horas, e que ainda teria sido gravada em video-tape. "Não acreditamos na história desse cara - ou ele é um lunático ou um mentiroso patológico", teria dito um dos membros da Comissão.

Durante a confissão, Carlssin teria insistido na veracidade da sua versão, se oferecendo para falar sobre assuntos como a cura da AIDS e o real esconderijo de Osama Bin Laden – assuntos estes estranhamente nunca explanados em nenhum lugar da imprensa ou da internet após isso. Ele só não teria se interessado em mostrar o esconderijo da sua máquina do tempo, e nem conversar sobre os meios utilizados para tal viagem, com receio da tecnologia cair em mãos erradas. Ora, faça me o favor!!! Ironicamente, o homem que usura milhões da bolsa de valores às custas da relatividade de Einstein, vem falar de mãos erradas!

Pois bem, ao que parece, essa estória de viajante do tempo é uma grande farsa - não somente a versão do Sr. Andrew Carlssin, de ter voltado mais de 250 no tempo, mas toda a estória do estranho apostador de Wall Street. Ao que tudo indica, a matéria teria sido criada pelo fantasioso Weekly World News, e reimpressa pelo site de notícias Yahoo!, popular em todo o mundo. Acontece que a notícia teria ficado na sessão "Entertainment News & Gossip", e que não avisava que se tratava de um bogus.

A notícia se espalhou por praticamente todo o globo terrestre (o Google não me deixa mentir), e muitas páginas apontando para o que seria o link oficial da notícia no Yahoo!, e que hoje não dá em lugar nenhum. A notícia, portanto, não passou de um boato de internet. Se fosse verdade, Andrew Carlssin – com ou sem máquina do tempo – estaria até hoje tão visado na imprensa que, para consertar o feito, preferiria voltar - ou seria adiantar? - no tempo. Enfim, a notícia não chegou à televisão nem mesmo como obra de ficção.

Membros da US Security and Exchange Commission afirmaram ter recebido incontáveis ligações da imprensa, interessadas em averiguar o noticiado. “Tem sido bastante divertido” - afirmaram – “obviamente tivemos que averiguar, mas a estória passa muito longe de ser verdade”. Mais detalhes aqui.

sábado, dezembro 24, 2005

ESSE ANO NÃO TEM PRESENTE

CRÓNICAS

Enquanto a mãe passeia pelo shopping, a garotinha, com seus oito a nove anos de idade, esquiva-se da multidão e senta-se no colo do Papai Noel.
- Rôu, rôu, rôu! Feliz Natal! - Diz o bom velhinho, enquanto distribui doces para a menininha e outras crianças ali presentes.
- Papai Noel, eu quero o presente que eu te pedi...
- Papai Noel tá pobre esse ano...
A garotinha faz aquela cara de triste e quase chora, quando então Papai Noel se antecipa:
- Calma, Papai Noel explica: Papai Noel vem do Norte. Lá ele lida com dólares.
- Criança não entende isso não! - retruca a menina. Mas ele continua:
- Por questões logísticas, é melhor que ele compre os presentes aqui no Brasil. Como o dólar está em baixa, e tudo aqui é vendido em real, já viu né...
- Mas minha mãe falou que Papai Noel fabrica os presentes.
- Falou, foi? - indaga o Papai Noel, enquanto pensa no que vai responder desta vez. E então prossegue:
- Pois então responda pro Papai Noel: suponha que a Estrela lance um brinquedo novo, revolucionário e sensacional, como por exemplo uma bicicleta voadora. É óbvio que ela vai patentear, não vai?
- Hã? - espanta-se a garotinha, enquanto presta bastante atenção à estranha justificativa daquele homem de barba branca e roupas vermelhas.
- E se a criança que pediu o brinquedo se comportou direitinho durante o ano, fez todas as lições de casa, obedeceu ao papai e à mamãe, comeu direitinho, não brigou com os coleguinhas... Ela merece o brinquedo, não merece?
- Merece.
- Então. Mas Papai Noel não pode fabricar o brinquedo, porque senão ele irá violar uma patente. Aí o bom velhinho seria um mau velhinho. Iria pagar uma multa maior do que o pólo norte, e ainda podia ir preso.
- Pode sim. Ele é mágico. E os duendes também são.
- Mas mesmo sendo feito num passe de mágica, ele vai ter que obter licença da patente pra poder fazer o presentinho. E a Estrela não vai liberar a patente para Papai Noel de um brinquedo que não foi ela quem fabricou. Nem que ele pague.
A criancinha fica em silêncio, com os olhos arregalados... e num gesto raivoso, conclui:
- Você não é Papai Noel. Você é um mercenário capitalista.

De Fabricio Mota e Clarisse Lourenço.

VOCÊ ACREDITA EM DESTINO?

PENSAMIENTOS Y REFLEXIONES


Destino é um tema polêmico. Há quem acredite e há quem repudie. Para alguns, suficientemente acomodados ou convictos da supremacia da vontade divina, seria cômodo. Para outros, que não gostam de ter a sensação de que não controlam suas próprias vidas - como Neo, da trilogia Matrix – seria um grande tormento.

Destino tem a ver com causalidade. É poder prever um determinado fato com base nos eventos que lhe antecedem. E a causalidade é base de inúmeras escolas do conhecimento - tais como a lógica, a física, a química, a biologia e a filosofia - que têm buscado, muitas das vezes com grande sucesso, explicar ou modelar o mundo.

Se você tentar observar o mundo desta maneira, verá que a causalidade é quase que inevitável. O fato de eu ter escrito este texto, por exemplo, pode ser visto como uma conseqüência deste assunto ser polêmico. Este fato, por sua vez, poderia ter causas anteriores, como as citadas no primeiro parágrafo, etc. Tudo tem uma causa, e tudo tem conseqüências.

É fato que qualquer evento do universo pode ser modelado com base em causas e conseqüências. A implicação para uma determinada conseqüência pode envolver, como causa, desde poucos elementos participantes, até o universo inteiro. E qualquer cadeia causa-efeito pode ser destrinchada no sentido inverso até se chegar à origem primordial: o big bang para os cosmólogos, ou o primeiro dia da criação divina, para a Igreja.

Mas um universo puramente causal não daria margem ao acaso. Isto porque a palavra acaso, oriunda do latim: a - não; caso – causa, vai de encontro ao determinismo. Não se conceberia a ocorrência de um evento no universo, que não fosse causado por um outro pertencente a este mesmo universo. O aleatório neste modelo não teria espaço.

Pense mais ou menos o seguinte: quando você joga um dado numa mesa, a face que cairá voltada para cima não é de todo imprevisível. Se pudéssemos avaliar todas as variáveis envolvidas no lançamento de um dado - desde a direção e velocidade de cada molecula de ar naquele instante, até a lisura da superfície da mesa - será plenamente possível prever o seu resultado. O problema, entretanto, é que estas variáveis são tão numerosas que podem ser infinitas.

A Teoria do Caos toca neste assunto. Ela sugere que todo evento ocorrido num determinado momento seja uma função ou conseqüência de eventos ocorridos num instante anterior. Determinadas ocorrências, que quando vistas aos nossos olhos de compreensão limitada se parecem com um cenário desordenado, teriam padrões de ordem bem definidos. O caos aí, portanto, nada tem de caótico.

Bom, sendo assim, se tudo é causal então nada é aleatório. O caos seria apenas um modelo simplificado que o homem faz do mundo com base no seu entendimento dele. E o seu entendimento, vale observar, é algo bastante restrito. Ao nível de ordem que não somos capazes de compreender, damos o nome de caos.
Pois então que a física clássica, na essência a qual conhecemos, não se fundamentaria em eventos randômicos, mas sim em relações concretas e bem definidas entre seus eventos. Se considerarmos que as outras ciências naturais estão direta ou indiretamente sustentadas na física, então o acaso não existiria para nenhuma delas. A menos, é claro, para a física quântica. Aí já é uma outra novela, muito mais polêmica ainda.
Se o raciocínio for levado adiante, conclui-se que tudo que acontece no universo já estaria escrito pelos eventos anteriores. Os seus pensamentos e decisões se resumiriam a meros fenômenos elétricos, químicos e biológicos. Você pensa que pensa, e nada mais do que isso. Suas decisões já estariam escritas. Seus atos, tais como conseqüência das suas decisões, seriam de igual maneira previsíveis. E você seria apenas uma marionete do destino.

Não estou querendo fazer terrorismo, nem mudar radicalmente o pensamento de ninguém, e nem tampouco incentivar o comodismo da apática expressão “está escrito”. O que eu proponho aqui é só uma reflexão sobre em até que ponto podemos ou devemos chegar com as profundezas da investigação. Até onde é permitido tentar entender o mundo, se é que isto fará alguma diferença, na hipótese de tudo já estar escrito.

E antes que você me pergunte, eu previsivelmente respondo: não, eu não acredito em destino. Prefiro acreditar que controlo meus atos. No pior dos casos é mais cômodo.

domingo, dezembro 11, 2005

IMAGENS IRREAIS

CURIOSIDAD

Se você instalou o Windows XP, sabe do que estou falando:
Se você fica se maravilhando com o wallpaper "azul.jpg", com aquela ilha rodeada por toda aquela água literalmente azul, mais azul do que o céu... Imaginando conhecer aquele lugar um dia... Se vendo debruçado sobre aquela ilha, com metade do corpo sob aquela água cristalina, tomando uma cerveja e rodeado de mulheres...
Ou então aquele deserto em "deserto vermelho.jpg", de areia tão vermelha que parece que é um outro planeta... Com aquela Lua tão imensa, ao fundo da imagem, que parece que vai cair na Terra.
E aquela montanha em "crepusculo", azulada pela Lua, naquela cena de fato tão crepuscular?
Sem contar aquela grama tão verde em "alegria.jpg", mais verde do que qualquer gramado do planeta já sonhou em ter, em contraste com um céu tão azul, que faz parecer que o céu de lá é melhor do que o seu....
É tudo farsa. Tanto é que as imagens tem nomes fictícios. Não fazem nenhuma referência aos lugares de onde elas foram fotografadas.
Aquela água não tem aquele azul. Foi colorido por computador. Aquela areia de vermelha não tem nada. Foi o bom e velho Fotoshop. E aquela lua foi montada. Aquela montanha foi azulada com efeitos de iluminação em imagem digital. E o ministério da tecnologia deveria obrigar a rotular aquela grama e aquele céu com "colorido artificialmente", como o ministério da agricultura parece obrigar o que vai para os supermercados.

sexta-feira, dezembro 09, 2005

RECUPERANDO O BEM-ESTAR

VIVIR BIEN

Se você foi pego pela tristeza, injúria, melancolia, desespero, ódio, desgosto ou descontento, tente pensar que:

Você tem alguma diversão.
Senão,

Você tem dinheiro.
Senão,

Você fez alguma coisa pela humanidade.
Senão,

Você tem alguma relevância.
Senão,

Você tem algum dinheiro.
Senão,

Você tem um plano de saúde.
Senão,

Você tem um emprego.
Senão,

Você sabe fazer alguma coisa.
Senão,

Você tem o que comer.
Senão,

Você tem um(a) esposa(marido), namorada(0) ou amante.
Senão,

Você (ainda) tem amigos.
Senão,

Seus familiares estão bem.
Senão,

Seus familiares estão vivos.
Senão,

Você tem alguém que se importa com você.
Senão,

Você está com saúde.
Senão,

Você está consciente.
Senão,

Você está vivo.

Necessariamente nesta ordem.