quarta-feira, janeiro 27, 2010
MUSICA
Recentemente, voltei a publicar alguns vídeos "musicais" no Youtube (Sign of the Times, Hotel Califorina Duet e Parisiene Walkways), depois de quase 3 anos sem fazê-lo. Obviamente, ficaram uma merda (ou algo não muito superior a isso), mas a intenção era sair bom e isso é o que mais importa. =)
Pois bem que, pra minha surpresa e pra contribuir com minha fama internética internacional [risos], teve gente que gostou. Me pediram inclusive a transcrição ou uma exibição "didática" de Sign of the Times (Europe), já que minha versão foi tirada de ouvido, e parece não haver muitas partituras ou gt5 dela por aí. Então preparei 2 vídeos, numa tentativa de filmar com ângulo um pouco melhor.
O ângulo não ficou bom (fiz o melhor que pude com a câmera), e a resolução de movimento da câmera não era lá estas coisas... Mas acho que já dá pra ter uma noção.
quinta-feira, julho 30, 2009
LEGUME
QUESTIONAMIENTOS
Este post inaugura uma nova sessão, que tem, por essência, fazer o oposto do que eu costumo fazer com as outras. Isto quer dizer, ao invés de eu trazer, aqui nesta mídia, informações que considero úteis a meus camaradas, trago-os questionamentos meus que ainda não tive resposta.
E convém que nossos queridos leitores, amigos, pensadores, ou mesmo web-turistas respondam, trazendo suas contribuições.
E eis que o primeiro questionamento é:
O que é um legume?
sábado, maio 30, 2009
ACABOU A MANTEIGA...
CRÓNICAS
- Alô? - atendo o telefone enquanto o sinal não fica verde.
- Oi meu lindo!
- Oi minha gatinha!!! Como você tá?
- Tudo ótimo e você?
- Tudo bom também.
- Como foi de viagem?
- Foi tranquilo, apesar de cansativo... Uma certa correria, viagem a trabalho já sabe né! Uma loucura, mas... Eu sobrevivi. E você que tem feito?
- Nada demais não... O de sempre.
- Tô com saudade do seu café, sabia?
- Ah é? Também nunca mais você me convidou pra fazer um café pra você!
- Opaaa!! Então Sinta-se convidada! Hoje!!! Topa?
- Hoje? Tá bom! Combinado. Vou resolver umas coisas antes e depois passo lá pra gente tomar um café.
E chego no condomínio, estaciono o carro e coloco a mochila nas costas. Vou direto para a padaria. Afinal de contas, na minha cabeça o café já conta com pão, queijo e mortadela defumada. Compro os itens restantes e subo pra esperar minha companhia, enquanto termino algumas coisas de trabalho.
E eis que ela chega, às 21:30h. Sorridente, irradiante... Cheia de compras. E a aperto com aquele abraço de esmagar ossos:
- E aí minha gatinha! Tava fazendo compras foi?
- Foi! Comprei isso, aquilo, vestido, caixinha de fósforo, ...
E enquanto o assunto vai ficando em dia, ela prepara a água do café no fogão, enquanto eu preparo a mesa: pão, açúcar, leite em pó, queijo, mortadela defumada, manteiga...
- Opa! Manteiga? Cadê a manteiga?
- Hum?
- Acabou a manteiga!!!
- Sério?
- Não acredito nisso!!! Eu fui na padaria hoje e não comprei manteiga!!
- E não dá pra comprar agora não?
- Não! A padaria fecha às 21h!
- Xiiii...
- Isso não está acontecendo!! Isto não pode ser real!!! Tudo, menos pão sem manteiga!!!
- E agora? Não tem nenhum vizinho assim que...
- Deixa eu pensar... Já sei, vou ligar pra uma vizinha minha!
Saco o celular do bolso e, no impulso, ligo para minha vizinha. Enquanto chama, a imaginação flui pra preparar o discurso:
"- Oi minha vizinha, sabe o que é? É que eu tô fazendo um café aqui em casa com uma amiga minha, e de repente, acabou a manteiga. Será que você tem alguma aí pra me emprestar?"
Na sequência, imagino a cena seguinte, e interrompo abruptamente a ligação. Imaginei ela me entregando um tubo de KY. Não vou passar KY dentro do pão!
- Melhor pegar o carro e ir comprar a manteiga na delicatessen.
segunda-feira, maio 18, 2009
LEMAS DE VIDA
COMPORTAMIENTO HUMANO
Lema 141: Entre escolher o que você quer e o que você considera melhor, escolha o que você considera melhor.
- Corolário do Lema 141: Se aquilo que você considera melhor definitivamente você não quer, então você está esquecendo de se considerar.
Lema 142: Entre escolher o que os outros querem e o que é melhor para eles, escolha o que é melhor para eles.
- Corolário do lema 142: As pessoas lhe respeitarão muito mais por terem recebido paz do que por terem recebido liberdade.
Lema 143: Entre escolher o que é melhor para você e o que os outros querem, escolha o que é melhor para você. Todos saem ganhando. Você e os outros.
Lema 144: Entre escolher o que você quer e o que é melhor para os outros, tanto faz.
Lema 145: Planeje absolutamente tudo que você vai fazer.
- Corolário 1 do lema 145: Planejar não é definir como fazer o melhor caminho possível. Planejar é definir como melhor fazer em todos os caminhos possíveis.
- Corolário 2 do lema 145: Se você não planejou o que aconteceu, não tem como definir se o que aconteceu deu certo ou errado.
- Corolário 3 do lema 145: Só se antecipe naquilo que não vai lhe atrasar ou atrapalhar.
- Corolário 1 do corolário 3 do lema 145: Se você resolver todos os seus problemas hoje, não vão sobrar problemas para amanhã.
- Corolário 2 do corolário 3 do lema 145: Se você não tiver problemas para resolver amanhã, aí sim você tem um grande problema.
Lema 146: Se alguém ou alguma coisa lhe incomoda muito, o problema muito provavelmente está em você, e não nesse alguém ou alguma coisa.
- Corolário 1 do lema 146: Se alguém ou alguma coisa não lhe incomoda, há uma chance de que você incomode a esse alguém ou alguma coisa.
- Corolário 2 do lema 146: É melhor ser incômodo do que ser incomodado.
- Corolário do Lema 141: Se aquilo que você considera melhor definitivamente você não quer, então você está esquecendo de se considerar.
Lema 142: Entre escolher o que os outros querem e o que é melhor para eles, escolha o que é melhor para eles.
- Corolário do lema 142: As pessoas lhe respeitarão muito mais por terem recebido paz do que por terem recebido liberdade.
Lema 143: Entre escolher o que é melhor para você e o que os outros querem, escolha o que é melhor para você. Todos saem ganhando. Você e os outros.
Lema 144: Entre escolher o que você quer e o que é melhor para os outros, tanto faz.
Lema 145: Planeje absolutamente tudo que você vai fazer.
- Corolário 1 do lema 145: Planejar não é definir como fazer o melhor caminho possível. Planejar é definir como melhor fazer em todos os caminhos possíveis.
- Corolário 2 do lema 145: Se você não planejou o que aconteceu, não tem como definir se o que aconteceu deu certo ou errado.
- Corolário 3 do lema 145: Só se antecipe naquilo que não vai lhe atrasar ou atrapalhar.
- Corolário 1 do corolário 3 do lema 145: Se você resolver todos os seus problemas hoje, não vão sobrar problemas para amanhã.
- Corolário 2 do corolário 3 do lema 145: Se você não tiver problemas para resolver amanhã, aí sim você tem um grande problema.
Lema 146: Se alguém ou alguma coisa lhe incomoda muito, o problema muito provavelmente está em você, e não nesse alguém ou alguma coisa.
- Corolário 1 do lema 146: Se alguém ou alguma coisa não lhe incomoda, há uma chance de que você incomode a esse alguém ou alguma coisa.
- Corolário 2 do lema 146: É melhor ser incômodo do que ser incomodado.
domingo, fevereiro 22, 2009
QUAL A DIFERENÇA ENTRE QUERER E DECIDIR?
PENSAMIENTOS
(Comentários sobre o texto "QUEM CONTROLA SUA VIDA", publicado em dezembro de 2008)
A resposta para a questão que norteia este escrito não apenas não vai ser óbvia, como sequer vai fazer o menor sentido se você não leu o supramencionado texto, e nem necessariamente passou a ter algum grau de concordância com ele. A resposta para a pergunta do título é: uma sutileza que faz toda a diferença na sua vida.
Uma vez tendo-se pelo menos concebido que querer e decidir são coisas sutilmente diferentes, me permita partir do princípio de que você é o responsável direto sobre a maioria das coisas que acontecem com você. Além disso, vale lembrar, mesmo na minoria das coisas cujo responsável direto não tenha sido você mesmo, ainda assim havia quase uma totalidade de chances de que alguma decisão sua fizesse as coisas serem diferentes.
Do que estou falando afinal?
Aqui estou falando da crença, da fé. Estou afirmando que você, por meio da sua crença, foi o principal responsável por pelas coisas que aconteceram, acontecem e irão acontecer para você.
Não estou tecendo nenhum daqueles discursos religiosos ou receitas de manuais de auto-ajuda que muitos levam no bolso como um amuleto ou um consolo. Estou falando da fé sob o seu conceito puramente racional. Estou falando da crença e das suas causas e efeitos sob uma ótica real, pragmática, experimentalmente sólida e, me permita ousar, científica.
A relação entre a crença e a realidade é curiosamente uma via de mão dupla, com alguns aspectos curiosos. Vejamos porque:
A CRENÇA COMO FUNÇÃO DA REALIDADE
Na primeira e mais óbvia das vias, a realidade interfere no pensamento, e este por conseguinte na crença, como já sumariamente concebido com as primórdias reflexões sobre o pensamento desde Platão e Descartes. Pra ilustrar esta implicação realidade-crença, imagine que você abre a geladeira na casa de um amigo seu, percebe-a totalmente vazia, e conclui que ele não almoça em casa. Ou então você acorda subitamente, olha pela janela, vê o céu escuro, e conclui que ainda não amanheceu. Em ambos os exemplos, sua crença será, naturalmente, construída à partir da sua percepção da realidade.
Até aí tudo bem, se não fosse um fator nada óbvio: o que você percebe do mundo, através dos seus sentidos, seria exatamente o que existe no mundo, se não fosse o seu Córtex Cerebral. E este componente importante do cérebro - que curiosamente tem como uma das suas funções melhorar a sua "compreensão" da "realidade" - costuma fazer constantes alterações na percepção humana da realidade, como se fosse um fotoshop.
Outro aspecto curioso é que o o "reparo" feito pelo Córtex é altamente influenciado pela memória, pelo aprendizado, e principalmente pela crença, de modo que uma nova cena que lhe surja diante dos olhos e que lhe pareça absurda, corre um sério risco de ser "ajustada" para coisas que que pareçam mais naturais. Ou seja: nem tudo que você vê, ouve ou sente reflete 100% da realidade.
Não seria eu, entretanto, tão capaz de acreditar no parágrafo acima, se eu mesmo não já tivesse hipnotizado pessoas, e percebido que elas realmente "constroem" as fantasias que o hipnotista as ordena como se fossem a mais pura realidade. Não é um exemplo disto? Ademais, o que mais explicaria o fato de mutilados passarem ainda alguns dias sentindo dores ou outros incômodos no membro recentemente perdido?
Pois aí é que ganha uma torre no tabuleiro o o filósofo Immanuel Kant, com sua espetacular concepção de que, ao contrário do que costumamos crer, a realidade é algo muito mais interior do que exterior. Portanto, meu(minha) caro(a) amigo(a), em princípio, considero extremamente prudente que você deixe de acreditar em 100% das suas conclusões - inclusive aquelas baseadas na sua "percepção" do mundo - como se elas nunca se enganassem!
A CRENÇA COMO CAUSADORA DA REALIDADE
Pois agora tratemos da mais polêmica das duas vias: a crença interfere na realidade. É fato que uma idéia em que você acredita possui uma chance de se tornar real que é diretamente proporcional ao quão veemente você acredita nela.
Esta afirmação acima me soaria absurda, como pode parecer para alguns de vocês, se eu não já tivesse digerido algumas idéias que conheci, ainda durante a fase em que estudei hipnose. E olhe que nem estou pretendendo sequer tocar no assunto das idéias polêmicas da Lei da Atração de "O Segredo" que a gente acredita porque é tudo que a gente quer acreditar. E também nem estou me referindo às viagens de "Observador interferir no fato", ou de "Gato vivo-morto" da mecânica quântica, e estas outras coisas que a gente vive fingindo que entendeu só pra não parecer ridículo.
Quando falo que a crença interfere na realidade, estou mencionando o fabuloso resultado do trabalho do farmacêutico Èmile Couè, quando produziu seus estudos, e os publicou, em um livro em 1910, cujo legado positivo poderia abundantemente ser resumido apenas nos benefícios trazidos com os fundamentos da autosugestão consciente.
Couè descobriu, com suas experiências na virada do século XX, que uma parcela muito significativa das doenças das pessoas tinham causa nos seus pensamentos (hoje conhecidas como doenças psicossomáticas), ou então podiam ser curadas ou amenizadas com tratamentos que tinham como única ação terapêutica modificar a crença do paciente a respeito da doença. Curioso, não?
Mais curioso ainda é que, não pensava Couè, mas o seu trabalho não apenas trouxe uma grande contribuição para a medicina - uma contribuição ainda hoje infelizmente muito pouco explorada, talvez pela falta de conhecimento ou de confiança dos médicos e terapeutas. Mas o farmacólogo francês também deixou como legado alguns conceitos basais que são de grande importância para o entendimento dos processos que envolvem a mente humana. O principal destes conceitos, se resumido em uma única frase, poderia ser lido como:
"A imaginação sobrepuja a vontade"
Tomei a liberdade de sugerir que, o que Èmile Couè mencionava como imaginação, soa melhor e mais claro se entendido como crença (muito embora as duas coisas estejam bem próximas). Entenda-se desta frase que, por mais que você queira alguma coisa na sua vida, se você acredita em algo oposto, vai acontecer o que você acredita, e não o que você quer. E eis, aqui apontada, a sutil diferença entre QUERER e DECIDIR, conforme mencionado no começo: você decide aquilo em que acredita, e não aquilo o que quer.
O que se pode entender deste fenômeno é que, pela própria natureza do inconsciente, ele sempre se esforçará em interagir com a realidade em volta - a SUA realidade - de modo que a sua crença se consolide, independentemente disto ser ou não a sua vontade, e mesmo que para isso seja necessário lhe sabotar e aos seus interesses. Incrível?
Devo, portanto, concluir este texto dizendo o seguinte: quando você QUER uma determinada coisa, você apenas deseja ela. Por menos aceitável que possa parecer, isto pouco importará para que você atinja esta coisa. Mas quando você CRÊ, efetivamente, que é capaz de atingir uma determinada coisa, queira você ou não, o seu superpoderoso subservente, chamado inconsciente, fará tudo que estiver ao seu alcance (muita coisa, por sinal) para "cumprir" a missão de tornar esta coisa real na sua vida. E é aí onde surge a via de retorno entre crença e realidade.
Por fim, recomendo o seguinte: se você quer DECIDIR uma determinada coisa na sua vida - e não apenas continuar querendo e se lamentando por não conseguir - então torne ela realidade primeiro na sua imaginação, na sua crença. Convença a si próprio de que isto é possível, de que isto é a sua realidade. Esteja atento a seus pensamentos, seja honesto consigo mesmo, e procure perceber se de fato a sua vontade está se tornando concreta nos seus pensamentos, na sua imaginação, na sua crença.
Feito isto, nem precisa se preocupar em como tornar a coisa realidade: seu inconsciente fará isto por você!
domingo, fevereiro 15, 2009
GUIA DE VIDA - PARTE II
PENSAMIENTOS
2. Compreenda e aceite suas emoções.
Este não é o meu primeiro post sobre o assunto. Já houve um outro, mas talvez menos amadurecido e também menos focado do que este.
Esta vale se você, tal como eu, é uma pessoa frequentemente movida a tomar atidudes baseado no seu estado emocional - isto é, se você pertence ao conjunto da maioria das pessoas. Agir (ou deixar de agir) por causa de medo, euforia, raiva, entusiasmo, etc é certamente o mais comum que existe.
Não adianta negar as emoções. Primeiro porque elas são úteis. A natureza colocou emoções em você, com certeza, porque é necessário. Sentir medo numa situação de perigo, e raiva numa situação de luta onde você tenha condições de levar vantagem, faz parte do conjunto de estratégias de sobrevivência dos espécimes do reino animal.
Não adianta negar as emoções também porque é inútil. Emoções são arredias, e não costumam obedecê-lo pela negação. Pior ainda se a ciência de uma emoção desagradável lhe leva ou lhe mantém a um outro estágio emocional desagradável. Sobrepor as emoções com a razão é indubitavelmente um objetivo nobre e extremamente positivo, mas não é uma tarefa óbvia e trivial, porque as emoções são, naturalmente, arredias.
Emoção e razão são, respectivamente, como um cavalo e um cavaleiro, onde tanto um quanto o outro fazem parte de você mesmo. Não há como separar qualquer um dos dois da sua personalidade!
O cavalo é trivial e previsível, porém forte, ágil e impulsivo. O cavaleiro por sua vez é inteligente, sagaz, tem uma visão de longo alcance, e uma maior chance de tomar decisões corretas. Numa disputa qualquer, o cavaleiro é o mais provável de chegar à decisão mais sensata. Mas o cavalo tem a maior propensão a uma resposta rápida.
Se o cavaleiro tentar montar na emoção à força, ou tentar controlá-lo à base da discórdia, na disputa, ou na insatisfação, a única coisa que ele vai conseguir é deixar o cavalo mais rude ainda, e mais resistente. E aí você terá que admitir: o cavaleiro pode até ser mais inteligente, mas o cavalo com certeza é mais rápido e mais forte.
Para que o cavaleiro possa ter o controle do cavalo, entretanto, ele precisa primeiro conhecer bem o cavalo, e entendê-lo bem. Feito isso, é importante também que o cavalo se permita ser domado (lembre que o cavalo também faz parte você). E aí, talvez caiba o cavaleiro se tornar amigo do cavalo, fazendo com que este último confie-o, pouco a pouco, e se deixe domar. (nenhuma alusão ao processo de conquista de uma mulher...)
Portanto, se você, em qualquer circunstância que for, estiver sendo apoderado por uma emoção que por si só lhe desagrade, ou que esteja lhe movendo a agir (ou a não agir) conforme o almejado, procure compreender sua emoção, deixá-la serenamente acontecer, e entrar numa espécie de acordo com ela.
Não tente impor controle sobre seu estado emocional - faça emoção e razão entrarem num acordo. Faça-o confiar em você, tal como o cavalo aos poucos aceita o cavaleiro, até que o primeiro dê a este último a oportunidade de controlar a situação. Agindo desta forma, você tem a maior chance de chegar ao melhor resultado. Lembre que o racional tem "razão", mas o emocional tem energia e velocidade. A união dos dois pode ser sinérgica.
GUIA DE VIDA - PARTE I
PENSAMIENTOS
Esta publicação, que reunirei em um conjunto de posts, tem como objetivo trazer opiniões trazidas não apenas por mim, mas também por outras pessoas com quem venho trocando experiências. O objetivo é tentar mostrar dicas de como lidar com problemas rotineiros e comuns, no que tange à felicidade, à auto-aceitação, e às realizações social, profissional, afetiva, etc. Enfim, traçar um guia de estratégias para levar uma vida mais feliz.
Cada post trará um tópico apenas. Começo pela questão envolvendo os valores e princípios.
1. Identifique seus próprios valores e princípios.
Saber diferenciar o que você gosta do que não gosta, o que admira do que não admira, o que você respeita do que só finge respeitar - tudo isso faz parte do conjunto de valores de cada um. Num post anterior, através de um insight baseado em observações, apontei uma sugestão de como conhecer os valores dos outros. Neste, abordo a importância de conhecer aos próprios valores.
Esta etapa é fundamental para o auto-conhecimento. Sem ela, você corre o sério risco de continuar caminhando na direção do que as outras pessoas querem ou falam, e gerar um ciclo de frustração e infelicidade. E requer uma auto-percepção muito boa porque, por vezes acontece de que nossos valores não estão alinhados ao senso comum - e reconhecer isso não costuma ser simples.
Nem sempre o seu conjunto de valores vai ser exatamente igual ao do seu vizinho, nem ao do seu pai, e nem ao do seu irmão. Mas o fato é que buscar seus próprios valores é uma primeira etapa fundamental para buscar a felicidade, seja você quem for, e sejam quais for as escolhas que você tiver que fazer para a sua própria vida.
Se você tem um valor distorcido de seus próprios princípios - por exemplo, ser exageradamente ganancioso por bens materiais - saiba reconhecer isso em você mesmo. Até mesmo para tentar mudar um valor, é necessário reconhecê-lo. Jogar a sujeira para debaixo do tapete definitivamente não resolve o problema.
Mas, enfim, o fato é: observe-se minuciosamente, no seu dia-a-dia, cada ato, cada diálogo, cada contato social. Perceba sempre aquilo que acontece, aquilo que lhe agrada, e aquilo que lhe desagrada. Observe seus valores considerados corretos, mas também admita aqueles seus valores tidos como distorcidos. Isto é você!
segunda-feira, dezembro 08, 2008
QUEM CONTROLA SUA VIDA?
PENSAMIENTOS
Estupida ou sabiamente, em absoluto ou em potencial, todas as coisas que acontecem com você - boas ou ruins - foram decididas por ninguém mais do que você mesmo(a).
Você pode até não admitir, mas pediu praticamente tudo o que recebeu.
Você pode até não querer ter escolhido isso na ocasião, mas foi você quem escolheu.
Pode até não aceitar este pensamento como verdade, ou não entender o porquê disto: "Ora - mas é lógico que se fulano não tivesse sido egoísta, e agido desta maneira, tudo seria diferente!!!".
O fato é que, enquanto você não se sentir o(a) principal causador(a) das coisas que acontecem na sua vida, não terá condições de perceber - e nem tampouco de desfrutar - do quanto de efetivo controle pode ter sobre ela.
Você é capaz de mensurar o quanto culpa a outras pessoas, ou a eventos externos, sobre os episódios fatídicos que lhe descontentam?
Avalie bem isto, pois se o verdadeiro responsável pelos eventos que lhe acontecem está lá fora, então, curiosamente, também está lá fora quem irá controlar a sua vida - e o que é pior: a seu próprio modo.
Por fim, considere que é sagaz - ou no mínimo prudente - se candidatar a responsável pelo que de bom ou ruim acontece na sua vida, visto que, doravante, esta pode ser a melhor, senão a única forma de escolher que caminho ela irá seguir.
Ou então, você pode continuar a culpar às pessoas ou aos fatores externos... Esta é uma escolha sua também!!!
terça-feira, setembro 30, 2008
CARTA À BITWAY
RECLAMACIÓNES
Sr. Gestor de atendimento ao cliente,
Boa noite.
Pois bem. Em maio passado adquiri um notebook BITWAY modelo H12Y numa loja insinuante, confiante de que estava fazendo um ótimo negócio. O equipamento era bonito, pequeno, funcional, e o preço parecia justo. E além do mais, o que me inspirava bastante confiança: tinha o selo de aprovação das normas ISO 9001:2000 e ISO 14001:2004! Assim sendo, abandonei o meu antigo HP para usar somente o BITWAY no meu dia-a-dia.
Entretanto, com 1 mês de comprado, tive a não-grata surpresa de que o notebook não ligava. Me desesperei, pois haviam arquivos nele sem fazer backup, e estava inclusive na última semana de lançamento de notas dos meus alunos da faculdade. Como entendo o backup como uma atribuição de minha responsabilidade, acabei me virando em correr atrás das informações que ora ali jaziam, recuperando-as uma a uma nas suas fontes originais. E como o equipamento estava na garantia, acionei uma assistência técnica, acreditando que isto não seria motivo de minha preocupação.
Ao chegar na assistência técnica (FULLTIME INFORMÁTICA - SALVADOR-BA), fui muito bem atendido. Os funcionários desta loja, da qual já fui cliente antes, foram bastante profissionais. Entretanto, apesar do atendimento,tive neste momento a minha segunda surpresa ruim, por saber que a BITWAY não autorizava que os equipamentos fossem abertos pelo seu próprio posto autorizado, devendo ser remetidos para a fábrica. Então pensei comigo - como pode um 'fabricante' não autorizar seu próprio posto autorizado a abrir o equipamento???
Enfim, deixei este assunto de lado. Questionei quanto ao backup, e, depois de alguma (demorada) negociação entre a empresa vocês, foi autorizado que o notebook fosse aberto APENAS para o backup. Então acabei pagando R$30,00 por um serviço de backup que DEMOROU TANTO DE SER AUTORIZADO que não me serviu para absolutamente nada. E o notebook demorou mais de 30 dias neste trâmite entre assistência técnica e fábrica, até que retornasse à minha mão. Aguardei pacientemente.
Sem problemas. Mão ao uso novamente, e volto a trabalhar com meu (quase) novo notebook BITWAY. Quando aí vem a terceira decepção: 15 dias depois de retornado da fábrica, o conector interno da fonte do computador QUEBROU. Penso eu: Mas como pode um conector quebrar tão facilmente, se meu outro HP levou quase 3 anos e continua funcionando bem até então????
Então decidi que NÃO TERIA PACIÊNCIA mais para ESPERAR MAIS 30 DIAS do equipamento indo passeando pelos corredores da vossa empresa, e decidi eu mesmo abrir e consertá-lo, visto que, como pode ver pelo meu currículo lattes no CNPq (http://lattes.cnpq.br/2573739592050142), estou muito bem habilitado para isso. Preferi, então, pagar o preço de PERDER A GARANTIA e o abri, concluindo que isto ainda me seria mais barato, como de fato parece ter sido.
Abri o equipamento, com muito cuidado e PACIÊNCIA (mais paciência até do que a que tive para aguardar o computador voltar da assistência técnica). Após um trabalho imenso e meticuloso, findei por chegar no conector, e perceber que ele foi fabricado com uma camada polímero tão estreita que não sei se sustentaria um ponteiro de relógio. Ironicamente, aí eu entendi o porquê daquele conector ter quebrado tão inexplicavelmente assim. Então, com mais um pouco de paciência, soldei o pino central, e construi uma nova base em araldite, em substituição à carcaça quebrada do conector, o que resolveu definitivamente o problema.
Aí, então, usando minha sabedoria e a minha (negativa) experiência com o bonitinho-mas-ordinário equipamento, decidi que NÃO MAIS USARIA este notebook para trabalhar, e voltaria a usar o meu antigo, evitando assim sofrer novas angústias. E assim me mantive, usando-o somente em casa, para acessar a Internet, quando, em pouco menos de uma semana, percebo que o DRIVE DE DVD começa a apresentar falhas de funcionamento. Estas falhas eram tão cretinas que faziam o computador nem mais reconhecer o DRIVE DE DVD.
Tudo bem, deixei o problema pra lá, e cabeça-de-gelo, pois sabia que me seria mais desgastante tentar consertá-lo do que fingir que eu comprei um computador sem drive de DVD. Afinal de contas, este computador só me servia para acessar a internet de casa mesmo...
E assim fiquei eu, no meu mundo da fantasia, fingindo que tinha um computador que serve para acessar a internet, por mais uma nova semana, quando... A TECLA H PAROU DE FUNCIONAR.
Reiniciei então aquele aglomerado de hardwares, não tão "hard", que eu esperava que se comportasse como um computador, até perceber que se tratava de mais um problema mecânico, que se não fosse os meus hostis dedos de Superman, estariam intactos - considerando, é claro, que meu outro notebook HP tenha sido feito de Criptonita.
Reiniciei então aquele aglomerado de hardwares, não tão "hard", que eu esperava que se comportasse como um computador, até perceber que se tratava de mais um problema mecânico, que se não fosse os meus hostis dedos de Superman, estariam intactos - considerando, é claro, que meu outro notebook HP tenha sido feito de Criptonita.
Ora: confesso-lhes que estou COMPLETAMENTE IRRITADO E DECEPCIONADO, porque gastei R$2 MIL REAIS de meu suado orçamento para, na prática, realizar uma transação que só me trouxe mais despesas, mais ocupações (se me fosse agradável ficar consertando computadores, eu não teria feito mestrado), dor de cabeça, e perda de tempo, sendo que meu antigo notebook da HP com quase 3 anos de uso (este que estou usando para lhes enviar esta mensagem!), que é quem de fato deveria estar apresentando problemas, continua a funcionar perfeitamente.
Enfim, gostaria de reforçar-lhes que estou COMPLETAMENTE DECEPCIONADO COM A BITWAY, e estou construindo comigo uma PÉSSIMA IMAGEM desta empresa. E esta mesma imagem eu farei questão de repassar para todos os meus amigos, conhecidos, alunos de engenharia, colegas de trabalho, professores, vendedores de refrigerante, guardadores de carros, agentes de cooperativa de reciclagem, cachorro, periquito, papagaio, e quem mais surgir na minha frente cogitando a hipótese non-sense de comprar um equipamento da BITWAY. Ou seja: el mercado lo cierra sus puertas.
E POR FIM, gostaria de dizer-lhes que, se tiverem um mínimo de interesse em sanar / atenuar minha insatisfação, que o FAÇAM LOGO!!! Pois DENTRO DE UMA SEMANA estarei repassando este email para os 715 contatos da minha lista do gmail, 366 amigos do orkut, 214 contatos do msn, e onde mais eu puder encaminhar esta mensagem Internet para que seja propagada mundo afora.
Ah! E ainda vou postar no meu blog. (sabem o que isto tem significado ultimamente, não???)
Tenha uma boa noite.
Tenha uma boa noite.
E desejo:
- A vocês, melhoras no seu sistema de gestão;
- Ou à ISO, mais critério na hora da emissão de seus certificados.
Fabricio Mota
segunda-feira, junho 09, 2008
OS VALORES DE CADA UM
COMPORTAMIENTO HUMANO
Desde há algum tempo atrás venho observando o comportamento das pessoas com outros olhos, com olhos menos triviais. Venho percebendo que não é tão difícil deduzir quais são os valores de cada um - os verdadeiros valores, e não aqueles que as pessoas se dizem da boca pra fora.
O que tenho percebido é que dá pra perceber os valores de cada pessoa pelo que elas dizem, não necessariamente acreditando "no que" elas dizem - já que não dá pra assumir como 100% verdadeiro tudo aquilo que as pessoas falam, sobretudo a respeito de si mesmas. Mas a idéia é que, independentemente da imagem que se queira vender, é usual se deixar o "rabo do gato de fora", simplesmente pelos temas com que se costuma conversar.
Uma pessoa, por exemplo, que dê muita importância ao dinheiro, estará muito comumente conversando sobre este assunto - por mais que volta-e-meia ela profira uma frase do tipo "eu sou uma pessoa que não se dislumbra com bens materiais". De igual forma, alguém que se importe com status ou poder estará comentando - bem ou mal, pouco importa - sobre posições de status ou poder.
Não muito distante disso, alguém que muito se afeiçoe com a estética também estará comentando frequentemente sobre aspectos que dizem respeito à aparência física, seja falando sobre si própria ou sobre outras - por mais que ela mesma tente convencer de que não se importa com isto.
Por fim, o que quero dizer é: avalie o discurso de uma pessoa qualquer, enumere os temas da qual esta pessoa conversa, ou se interessa com mais frequência, e - indepentendemente do partido em que ela se posicione, ou o teor com que ela os julgue - isto certamente faz parte dos valores e dos anseios dela.
quinta-feira, junho 05, 2008
O EGOÍSTA E O EGOCÊNTRICO
COMPORTAMIENTO HUMANO
Conforme prometi, antes, defendi meu mestrado (depois falo sobre este assunto, não agora) - e por isso voltei. Voltei conforme prometido!
Pois vamos ao assunto. Vamos falar de um par de temas polêmicos: egoísmo e egocentrismo.
Segundo Wikipedia, o egoísmo consiste no hábito ou na atitude de uma pessoa colocar seus interesses, opiniões, desejos ou necessidades em primeiro lugar, em detrimento (ou não) do ambiente e das demais pessoas com que se relaciona. O egocentrismo, por sua vez, caracteriza-se pela fantasia de imaginar que o mundo gira em torno de si, tomando o "eu" como referência para todas as relações e fatos.
Ainda segundo Wikipedia, uma pessoa egoísta pode não ser egocêntrica, uma vez que luta para fazer com que os fatos se amoldem a seus interesses (grifem esta frase). A pessoa egocêntrica é egoísta, no sentido de que não consegue imaginar que não seja ela a prioridade no mundo em que vive.
Independente da idade mental do indivíduo em questão, o que venho intencionado em dizer é que, ser egoísta pode ser bom, enquanto ser egocêntrico é quase sempre ruim. Isto, deixo claro, não é o reflexo de uma mente doentia - como diria o insuperável Èmile Couè, cuja liberdade do radicalismo das colocações eu tomei o direito de imitar. Isto é um pensamento alheio, mas que acabei não só por não discordar, mas por trazê-lo ao meu cotidiano.
Se a gente olhar ao nosso redor, encontraremos uma grande massa, praticamente maioria, composta por egoístas e egocêntricos, que não podem e nem devem ser misturados no mesmo bolo! Voltemos ao penúltimo parágrafo, com a frase de meu grifo. Ela diz praticamente tudo.
A diferença essencial entre um egoísta e um egocêntrico não está no fato dos seus interesses, opiniões, desejos, necessidades estarem em primeiro lugar, até porque ambos, igualmente, assim o desejam. A diferença está, na verdade, em quem é (ou quem deveria ser) o responsável por fazer com que tão desejadas circustâncias aconteçam. No caso do egoísta, é ele quem realiza os seus atos em prol de si mesmo, em detrimento ou não dos outros. No caso do egocêntrico, ele espera que o mundo é que realize estes atos.
Agora aproveito o gancho pra retomar a assertiva de que ser egoísta não é necessariamente ruim:
Primeiro porque um ato egoísta não necessariamente provoca detrimento nos direitos dos outros. Ele apenas o é por ter como único objetivo o favor a si mesmo. E aí a gente tem que tomar cuidado com os nossos preconceitos - ter o cuidado com o peso negativo que atribuímos à palavra "egoismo".
Segundo, porque um ato egoísta, muitas vezes, simboliza ou manifesta amor próprio ou auto-afirmação da parte de quem o promove. E isto, como tenho acompanhado nos meus anos de vivência, é algo que, em boa parte das vezes, consciente ou inconscientemente, provoca apreço nas demais pessoas. Ou seja: nós, os que condenamos o egoísmo, somos os mesmos que valorizam os egoístas!
Isso pode parecer loucura, mas avalie você mesmo, nos seus círculos sociais, e em seguida tire suas próprias conclusões: pessoas de apreço pelos demais conviventes costumam ser, de alguma forma, egoístas. Isto não quer dizer que elas provoquem prejuízo aos demais, mas sim que elas promovam a sua auto-valorização.
Bom: agora vamos à parte chata da estória: os egocêntricos. Estes, sim, são uma raça por vezes desagradável. Assim eles o são porque, não bastasse desejar tanto os benefícios do mundo para si mesmos, mas eles ainda esperam que as outras pessoas façam isto por ela. Veja a sutil diferença: uma coisa é você desejar algo, e transformar o seu desejo em realidade. Outra coisa é você exigir que as demais pessoas façam isso por você...
Não é à toa - e você pode comprovar isso pelos seus círculos sociais também - que os adultos egocêntricos tendem a ser as menos respeitados, menos desejados, ou menos amados. Muitas vezes, ironicamente, ao contrário do egoísta! Avalie você, aquela pessoa que você conhece, com quem você não se sente tão confortável de conviver: vê se ela não tem alguma coisa de egocêntrico?
Confesso que não foi nada fácil pra mim separar por conceito o que é um puramente egoísta de um puramente egocêntrico, visto que em alguns aspectos os comportamentos se confundem. Mas eis que encontrei um ponto de crivo que me parece adequado:
O egocêntrico é aquele que tende a estar insatisfeito quando aquilo que ele espera que o outro faça para ele não foi feito. O egoísta, ao contrário, simplesmente vai lá e faz.
quinta-feira, abril 24, 2008
MINHA DEFESA
NOTICIAS
Minha defesa há de acontecer no dia 28 de maio de 2008, às 9:00h da manhã, na Escola Politécnica da UFBA, no auditório Magno Valente.
Até que enfim este "filho" parece que vai "nascer". Afinal, estou neste mestrado, em mecatrônica, desde o início de 2004.
O tema é "MAPEAMENTO TRIDIMENSIONAL DE AMBIENTES INTERNOS ATRAVÉS DE VISÃO COMPUTACIONAL COM RECONSTRUÇÃO BASEADA EM FOCO".
"Praticamente um resumo...[risos]" - assim disse Augusto Loureiro - professor, membro da minha banca de pré-defesa, chair da sessão, do SNCA2007, onde publiquei o primeiro artigo sobre o assunto, e futuro membro da minha banca de defesa.
Mas não tenho nenhuma garantia de que não serei bombardeado...
Na prática, minha missão é defender que é possível mapear ambientes internos, tridimensionalmente, usando Visão Computacional, especificamente com a Técnica de Reconstrução Baseada em Foco.
Entendeu não?
Depois que eu defender, e corrigir o que a banca mandar - isto é, se ela não me reprovar - eu publico-a.
Abraços a todos.
quinta-feira, março 13, 2008
EU VOLTAREI!
INFORMACIONES
Conforme prometido verbalmente a boa parte de meus leitores, estarei de volta tão logo defender minha dissertação de mestrado. La Garantía Soy Yo!
E ao que tudo indica, se tudo der certo - isto é, se não der nada errado; ou ainda: se não merdar, se não feder e nem azedar - estarei defendendo a bendita entre final de abril ou início de maio deste ano.
Agradeço a cooperação, a paciência e o apoio psicológico, moral e financeiro de todos vocês, que contribuem digerindo, assimilando e disseminando todo o conhecimento (in)útil que é produzido neste blog.
Um abraço e salúd a todos!
segunda-feira, julho 02, 2007
CITAÇÃO DO ANO
CITACIÓNES
"Numa rápida análise sociológica percebemos que os seguidores do estilo heavy-metal se diferenciam dos pagodeiros e pagodeiras apenas pela parte do corpo que balançam, ou seja: trocam a bunda pela cabeça" (Janilton Cerqueira)
"Balançar a bunda, pelo menos, deriva das estratégias de preservação da espécie. Em termos comparativos, balançar a bunda é bem mais inteligente..." (Washington Araújo)
Em primeira análise, o bate-bola parece um duplo-insulto. Mas pensando bem, é genial.
sexta-feira, junho 08, 2007
PERIPÉCIAS DE UM INDEPENDENTE NOVATO
CRÓNICAS
Chega a geladeira. Uma geladeira simples, mas nova e bonita. É minha. E o que, apesar de não ser, me parece muito sensacional: funciona.
Mas o que há de sensacional, mesmo, é poder guardar o que eu quiser dentro da geladeira. Não que antes não pudesse. Mas não tinha o mesmo prazer, e nem a mesma sensação de liberdade. Além do mais, é bastante confortante ter a certeza de que o que eu coloquei na geladeira no dia seguinte continuará lá, com o mesmo volume, e sem o famoso "rasgo no cantinho da embalagem" pra o dono não perceber.
E não bastasse ter o pleno e prerrogado direito de colocar dentro dela o que eu quiser - dentro da geladeira, seus maldosos - também posso tirar de dentro dela o que eu não quiser. Olha que fantástico...
Passam as horas, e eu me pego, minutos antes de dormir, a me maravilhar com uma pia de cozinha. Uma pia simples, relativamente pequena, e até razoavelmente velha. Mas é que é uma pia para chamar de minha. Nela posso fazer a meleira que eu quiser, e limpar - ou não - também do jeito que eu quiser.
Opa! limpar... palavra mágica essa... Lógico que para este segundo desejo, vou ter que contar com a ajuda da super-heroína, defensora dos preguiçosos e não-oprimidos: a diarista.
E chega o dia seguinte. E enfim, ela chega (a diarista). Conforme combinado, naquele sábado sem a menor cara de dia-de-acordar-cedo, ela chega às sete. Não em ponto - um pouco depois, porque eu não consegui acordar a tempo de fazê-la cumprir com o compromisso que ela firmou com ela mesma. E já chega resmungando que tem meia hora que tá lá batendo na porta e me ligando, e eu nada de acordar - o que me faz presumir que chegou antes das sete.
"- Chegar cedo que é pra imbora mais cêdo tomém" - parafraseia, com uma certa sabedoria. Isso depois de ter dado a típica risadinha de canto de boca que vem junto com o laudo da primeira análise do apartamento:
"- limpinho, né..."
Pois bem. Mal chega, e põe logo a mão na massa, com uma certa pressa e autoridade. Contrariando a orientação mal dada de um indivíduo que não acordou direito - e vale ressaltar, não entende nada-de-porra-nenhuma - ela começa pelo banheiro.
E lá está ela no banheiro. Enquanto ela gasta metade do litro de Q'boa (meu Deus, será que precisava disso tudo?) pra fazer aquela mágica de desinfectar e aromatizar aquele fim de mundo, cenário dos filmes de jigsaw, desço para a portaria pra angariar meu gás de cozinha.
E lá vou eu para a portaria. Como uma novidade, meio que usufruindo dos novos e inimaginados serviços que um porteiro poderia fazer, decido avisá-lo que é pra me avisar quando o rapaz do gás passar. Afinal de contas, acabei descobrindo que, não sei por que diabos, comprei um fogão sem ter bujão de gás. E acabei comprovando, na prática, aquilo que eu já imaginava na teoria: fogão sem gás não passa de um elefante branco.
Enquanto o gás não chega, subo novamente. Decido observar o serviço (já que fiscalizar não seria o termo mais adequado para quem não entende do assunto). Mas num piscar de olhos, me pego deitado novamente na minha cama, em estado de transe matinal.
Cenas depois, acordo com um barulho de campainha. "Deve ser o gás!" - Penso numa velocidade incrível. Com medo do cara do gás desistir e eu passar o meu fim de semana sem poder fazer comida, pulo da cama com a mesma velocidade com que concluo, e saio correndo para abrir a porta antes que o moço do gás desista. O problema é que o raciocínio sobre se o serviço do banheiro já teria terminado, e ela já estaria lavando a sala, só vem na hora da queda. Uma queda tão feia, aliás, que sou incapaz de entender a posição com que eu mesmo caí no chão...
Mas pra amenizar a situação, ela não riu da minha queda. Ao contrário disso, fez cara de assustada, como que fosse um consolo. E eu digo viu... Doeu pra cacete. E eu ainda tinha que mancar rápido antes que o gás fosse embora...
Depois de ter barganhado um bujão com aquele ar fingido de quem entende de preço de bujão, coloco-o na cozinha, ao lado do fogão. "Missão cumprida..." - penso eu, com a tranquilidade de um inocente. Aproveito o ensejo e comento com a combatente dos males do lar:
- Olha, aqui só tem feijoada em lata, farinha e um arroz que eu vou cozinhar daqui a pouco. Tem problema pra você?
- Tem problema não senhor. Eu só não como macarrão...
(pausa)
- ... E nem veneno - Complementa, com a mesma satírica risadinha de canto da boca de sempre.
Pois bem. Aí vem que eu decido me preparar para ir fazer o arroz, e conectar logo o gás no fogão, quando percebo que o fogão NÃO TEM MANGUEIRA.
"- Que absurdo isso! Como não vem mangueira no fogão?" - Comento eu, enquanto tento entender o porquê de até mesmo os radinhos made-in-taiwan já estarem vindo com bateria alcalina, e um fogão da Consul não vir com mangueira.
- "Tem que comprar o rezistro. E eu acho melhó o senhor comprá lá na sete porta porque aqui imbaixo vai ser uma fortuna." - comenta com experiência.
E lá vou eu lá pra "sete porta", comprar o tal do "rezistro", que já vem com a mangueira, pra finalmente ligar o bendito fogão. E aproveitar pra comprar amaciante de roupa, porque além de machucadas, as roupas que eu andava vestindo já pareciam mais ásperas.
Enfim, uma hora depois, chego eu com o bendito registro do bujão, amaciante, sal e óleo, enquanto ela já está passando a roupa. Coloco a mangueira no fogão, testo-o e comento:
- Agora sim esse arroz sai! - brado eu com certa autoridade e arrogância, enquanto vou abrindo o pacote de arroz. Quando, de repente, percebo que comprei arroz integral pensando que fosse branco. ARROZ INTEGRAL!!! Quem merece arroz integral?
- O sinhô ainda tem muita coisa prá aprendê... - Comenta ela, com a mesma risadinha de canto de boca de sempre.
Mas eu não me repreendo por causa do comentário dela. E persisto em frente cozinhando meu arroz integral, com a autoridade de quem já fez arroz antes.
- O sinhôr sabe fazê arroz sem virar papa?
- Lógico! - respondo mexendo aquela mistura de água, arroz integral, sal e óleo com uma mão, enquanto a outra, com uma bucha, tenta limpar a meleira de óleo de soja que fiz na pia quando tentava abrir a embalagem.
- É só escorrer na hora certa! - complemento.
- Mas o sinhôr vai ter que secar a água na panela... - comenta ela, meio que colocando pólvora na situação.
- Mas aí sim é que vai virar papa! - defendo-me de prontidão, quando recebo a ultima cartada da cozinha:
- E como é que o sinhôr vai escorrer então?
Cheque-mate.
Mais uma vez ela me pegou. Ela ou aquela risadinha de canto de boca, eu já não sei mais quem das duas.
Eu não tinha escorredor. Como é que ia fazer arroz sem ter escorredor?
- Ô menina, você fica aí só de lado olhando pra mim e dando risada né????
quarta-feira, janeiro 03, 2007
CLOSER - PERTO DEMAIS
CINE
Da direção de Mike Nichols (2004, Closer), é um drama MUITO BOM sobre amor, desejo e traição.
O elenco envolve basicamente quatro pessoas - Um jornalista e escritor frustrado (Jude Law), uma stripper (Natalie Portman), uma renomada fotógrafa (Julia Roberts) e um dermatologista (Clive Owen) - num meio intervalo de tempo em que seus caminhos são cruzados.
O roteiro não trata de nada de muito mais além do que amor, desejo e traição. Mas também nem precisa de mais do que isso. O filme é tão preciso e tão ousado em retratar os controversos sentimentos humanos, que dispensaria qualquer outro tipo de recurso ou artefato alegórico que chamasse a atenção.
Um aspecto, sutil e recorrente, mas que chama a atenção neste enredo, é sobre a instabilidade e a indefinição dos sentimentos humanos, quando se trata de amor. Nichols parece, sabiamente, deixar claro que, quando se trata de desejos, nada é de todo definitivo. E nem conclusivo.
O SEGREDO DE BEETHOVEN
CINE
De Agnieszka Holland, e concluído em 2006 (Copying Beethoven, no título original), parece mais uma obra cine-músico-biográfica (o neologismo é meu) que, não fosse tamanho o brilho de Amadeus (Millos Forman, 1984), poderia até ter um valor a mais. O elenco inclui Ed Harris e Diane Kruger.
Pra ser bem honesto, eu achei o filme uma porcaria. É minha opinião. E quem quiser assistir, assim sugiro que faça pela necessidade da crítica. De repente pode ter uma opinião contrária. Ele até tem algumas coisinhas bonitinhas, mas força a barra, e cai quase sempre em senso comum.
Pra ser bem honesto, eu achei o filme uma porcaria. É minha opinião. E quem quiser assistir, assim sugiro que faça pela necessidade da crítica. De repente pode ter uma opinião contrária. Ele até tem algumas coisinhas bonitinhas, mas força a barra, e cai quase sempre em senso comum.
O filme conta uma suposta parte da história de Ludwig Van Beethoven, nos momentos em que ele finalizara a nona, compondo o movimento coral. Ele mostra um Beethoven excêntrico e agressivo, que tivera de conviver com uma jovem e bela copista de 23 anos de idade - cujo real objetivo em se aproximar do maestro era o de se tornar uma grande compositora, sabe-se lá porquê!
No meu entender, o filme também peca em alguns detalhes, como desde a má interpretação de um regente surdo que é guiado por uma assistente, passando por uma surdez mal construída, até chegar a apelos emocionais desnecessários e fora de contexto. Também faz montagens e mutilações com a mais longa e mais conhecida obra prima do compositor marco do romantismo.
Copying Beethoven também deixa escapolir detalhes importantes, tais como "como poderia uma bela menina copiar toda a nona de beethoven, com seus 62 minutos de complexidade, para mais de duzentos músicos, em meros quatro dias".
O ILUSIONISTA
CINE
De direção e roteiro de Neil Burger em 2006 (The Illusionist, no título original), é um filme sensacional, envolvendo Edward Norton, Paul Giamatti, Rufus Sewell e Jessica Biel. O filme é bom não só pela estória, mas pelas soberbas e bem pinceladas cenas de ilusionismo que traz.
Conta a história de um ilusionista chamado Euseheim (Edward Norton) que reencontra, na Vienna do século XIX, um antigo amor (Jessica Biel). Ele passa então a usar de seus "poderes" com o intuito de reestabelecer o seu improvável laço afetivo. O roteiro é muito bem bolado, embora dedutível antes dos momentos finais. Mas não chega a estragar o filme.
O filme traz um pouquinho de mensagens sobre política, sobre liderança, simpatia e manipulação. E muita, mas muita ilusão. Não só nos palcos, como também nos fatos narrados.
quarta-feira, dezembro 27, 2006
BRINCANDO DE GUITARRA IV
Cal, eu prometo que esse é o último que vou fazer esse ano.
Ahahahah
Esse agora eu resolvi usar Janaína Belmonte II. Há mais de um ano eu não tirava essa guitarra do case. E fiquei surpreso, porque minha memória é falha, e a menina é muito melhor do que o que eu ousara imaginar...
Afinal, ela é fruto do meu trabalho de luthier amador.
Eagles - Hotel California (solo): http://www.youtube.com/watch?v=4GjVLBTsMkU
Queen - Heaven For Everyone (com slide): http://www.youtube.com/watch?v=UIwpPCPhe5E
Europe - Coast to Coast (solo e improviso): http://www.youtube.com/watch?v=iDJKbqk9bSA
Ahahahah
Esse agora eu resolvi usar Janaína Belmonte II. Há mais de um ano eu não tirava essa guitarra do case. E fiquei surpreso, porque minha memória é falha, e a menina é muito melhor do que o que eu ousara imaginar...
Afinal, ela é fruto do meu trabalho de luthier amador.
Eagles - Hotel California (solo): http://www.youtube.com/watch?v=4GjVLBTsMkU
Queen - Heaven For Everyone (com slide): http://www.youtube.com/watch?v=UIwpPCPhe5E
Europe - Coast to Coast (solo e improviso): http://www.youtube.com/watch?v=iDJKbqk9bSA
sábado, dezembro 23, 2006
BRINCANDO DE GUITARRA III
MÚSICA
Esse negócio é viciante...
Hotel California: http://www.youtube.com/watch?v=tZxLgWqn6vc
Hotel California (solo): http://www.youtube.com/watch?v=VBEtH-Q-ydQ
Passagem pelo Sertão II: http://www.youtube.com/watch?v=YlDOHDk_i1s
sexta-feira, dezembro 15, 2006
BRINCANDO DE GUITARRA II
MÚSICA
Devido ao imenso e inesperado sucesso atingido com a postagem anterior, decidi fazer um nova postagem com minhas auto-produções músico-cinematográficas.
Desta vez, incluí na brincadeira, além da pequena Excalibur, o seu irmão caçula de 12 cordas: Peter Matheus.
Esculhambando com Air Supply: http://www.youtube.com/watch?v=jL4hey3UOaA
Bohemian Rhapsody um pouco melhor: http://www.youtube.com/watch?v=ofwjba8GEs8
Peter Matheus in Action: http://www.youtube.com/watch?v=y6UavEq4Tuo
And You And I: http://www.youtube.com/watch?v=2H3wfIlHZXA
Passagem pelo Sertão: http://www.youtube.com/watch?v=28C8Se5mBq8
sexta-feira, dezembro 08, 2006
BRINCANDO DE GUITARRA
MUSICA
Decidi postar alguns vídeos meus para o YouTube. Participam da cena a minha pequena Excalibur, e eu como coadjuvante, é claro.
Antecipo que os vídeos estão uma merda. Feios, cheio de erros, improvisos exagerados, mal tocados, a guitarra mal equalizada, mal ajustada, com cordas velhas e mal micro-afinadas.
Isso sem falar que o cenário é uma cozinha-escritório.
Mas eu postei mesmo assim.
Bohemian Rhapsody: http://www.youtube.com/watch?v=g0Ukh78dCyM
Superstitious: http://www.youtube.com/watch?v=PkhnKsIXyv8
Experimento 1: http://www.youtube.com/watch?v=dyXz8-sWR7E
Experimento 2: http://www.youtube.com/watch?v=rKAbT90SpYE
Experimento 3: http://www.youtube.com/watch?v=ATGETloUAgw
Experimento 4: http://www.youtube.com/watch?v=3Jz919F91_o
Experimento 5: http://www.youtube.com/watch?v=26PS-lsydII
Improviso: http://www.youtube.com/watch?v=fVRSuwCoNnc
Blues n' Roll: http://www.youtube.com/watch?v=WABNTFuxFWU
domingo, novembro 12, 2006
ESCASSEZ DA ÁGUA
PROFECÍAS
Este post inaugura a seção PROFECÍAS. O seu objetivo é predizer o futuro, no que tange à humanidade e ao mundo. Os fundamentos? Não importam. Até porque, se houvesse fundamentos, deixariam de ser profecias e passariam a ser previsões.
Em 60 ou 80 anos não haverá escassez extrema de água como se vê dizer por aí. Não vai haver pessoas de 40 anos com aspecto de 60 por beber meio copo de água por dia, substituindo o banho de água por higiene à base de óleo, nem usando roupas descartáveis, nada disso.
Aliás, há uma notável desinformação – ou distorção – quando se vê pregar que água está ficando escassa no planeta. Não está. Para onde a água está indo? Para Marte? Ou está havendo alguma reação química? Ou será que está se esgotando por estar sendo usada de maneira irresponsável, para abastecer os conspiratórios carros movidos a água?
Ora, a água que se esgota é a água doce – aquela que é própria para consumo – por desperdício e poluição de rios e outros mananciais. E o que se está em risco são estas reservas naturais de água em estado “pronto para uso” – ou quase – de onde as companhias de abastecimento extraem. E importante salietar, ainda haverão chuvas. Chuvas de água doce e, a menos que hajam problemas climáticos sérios, chuvas freqüentes.
Pois bem. Mesmo com grande demanda ou escassez de mananciais, A água salgada continuará existindo. O que acontece é que não desenvolvemos técnicas de dessalinização boas e baratas ainda, principalmente no Brasil. Até porque ainda temos muita água doce para explorar.
No momento em que houver uma eminência de crise, o homem vai desenvolver tecnologias de dessalinização e despoluição tão rapidamente quanto conseguiu desenvolver outras tecnologias e ciências durante os períodos de guerra. A prova disso é que, hoje, um país que lidera no campo da pesquisa sobre dessalinização de água é Israel, que a pouca reserva de água que tem é salobra.
O que mais provavelmente acontecerá de ruim é que o preço da água vai subir, e as pessoas – agora sim, com motivos evidentes – vão saber usá-la de maneira eficiente e racional. Mas como tudo tem seu lado bom, vai se gerar uma maior demanda de pesquisa e trabalho, o que provavelmente implicará em geração de emprego e renda.
sexta-feira, novembro 03, 2006
AUTOMATISMO
ECONOMÍA Y SOCIOLOGÍA
Nos dias de hoje, um fenômeno põe assustadoramente em cheque o mercado de trabalho, e em evidência o mercado produtivo. Um fenômeno que vem mudando radicalmente os nossos conceitos sobre a relação entre trabalho e produtividade. E esta revolução possui um nome: automação.
O controle da produção ser tomado por máquinas é algo que parece não se encaixar muito bem nas teorias de Karl Marx. Aliás, semana passada eu quase apanhei porque o considerei antiquado - mas é aí onde eu tento encaixar os termos. Meu argumento está um passo antes do sociológico. Vejamos o seguinte:
Por que o trabalho se faz necessário? Olhando pelo ponto de vista econômico, desde os tempos remotos, o trabalho tem existido como (única) maneira de transformar um determinado item com pouco valor de uso ou de troca, num outro item de maior valor. Isto é, transformar um insumo num produto.
O controle da produção ser tomado por máquinas é algo que parece não se encaixar muito bem nas teorias de Karl Marx. Aliás, semana passada eu quase apanhei porque o considerei antiquado - mas é aí onde eu tento encaixar os termos. Meu argumento está um passo antes do sociológico. Vejamos o seguinte:
Por que o trabalho se faz necessário? Olhando pelo ponto de vista econômico, desde os tempos remotos, o trabalho tem existido como (única) maneira de transformar um determinado item com pouco valor de uso ou de troca, num outro item de maior valor. Isto é, transformar um insumo num produto.
Se você pensar no trabalhador de uma fábrica de calçados, por exemplo. Por meio de cortes, costuras e colas, o trabalhador transforma o couro bruto, de menor valor, em um sapato pronto para ser usado. Antes de compor o sapato, o couro, cola, pregos e fios valiam dez reais. Após unidos e organizados, e uma vez concluído o sapato, ele passa a valer quarenta. Isto quer dizer que o trabalho foi quem foi capaz de transformar um item de R$10 num outro de R$40.
Pois bem que, no modelo capitalista formulado por Marx, o capital parece ser essencialmente dependente do trabalho. Marx condenava o capitalismo por causa da mais-valia, por julgar injusto que o trabalho produtivo – até então o único responsável pela transformação econômica do bem produzido, segundo seu o ponto de vista – tenha remuneração inferior, ou tão inferior, ao valor de venda do produto.
Pois bem que agora eu justifico o meu adjetivo ao Messias dos Socialistas. No meu entender, a falha de Marx é que ele não viveu o bastante para presenciar um sistema onde se produza riqueza sem depender da atividade humana. Hoje, em qualquer empresa, ainda depende-se de algum trabalho, amanhã de menos ainda, e no futuro, talvez, de nenhum.
Pois bem que, no modelo capitalista formulado por Marx, o capital parece ser essencialmente dependente do trabalho. Marx condenava o capitalismo por causa da mais-valia, por julgar injusto que o trabalho produtivo – até então o único responsável pela transformação econômica do bem produzido, segundo seu o ponto de vista – tenha remuneração inferior, ou tão inferior, ao valor de venda do produto.
Pois bem que agora eu justifico o meu adjetivo ao Messias dos Socialistas. No meu entender, a falha de Marx é que ele não viveu o bastante para presenciar um sistema onde se produza riqueza sem depender da atividade humana. Hoje, em qualquer empresa, ainda depende-se de algum trabalho, amanhã de menos ainda, e no futuro, talvez, de nenhum.
A necessidade de mão-de-obra humana na produção é algo cada vez menos evidente. Se observarmos as empresas de hoje, comparando-as com as de antigamente, o que veremos são muitas máquinas, muitos computadores, e pouca gente trabalhando. Compare uma esteira pipeline de uma fábrica de automóveis do século XXI com outra das de cinqüenta anos atrás. Antes, eram milhares de operários. Hoje, eles foram substituídos por centenas de robôs. E isto é uma realidade que não dá mais pra voltar atrás. Seria como remar contra a correnteza.
Pois bem que um aspecto que mantinha até pouco tempo atrás o trabalho humano como insubstituível é a inteligência. Isto é, qualquer trabalho, por mais braçal que este fosse, se ele é – ou era - bem realizado por um ser humano, é porque a inteligência humana, com o seu conjunto de ações seqüenciais e organizadas e as suas decisões corretas, faz com que a produção seja (ou fosse) mais eficiente, mais segura e mais eficaz do que se o homem não estivesse presente.
Entretanto, um elemento chamado computador – capaz de reunir algumas destas características antes puramente humanas – quando aliado a um conjunto de máquinas eletromecânicas, permitiu substituir a intervenção humana na solução de determinadas classes de problema. Algumas ações, antes vistas como “inteligentes”, passam a poder serem executadas por esta combinação tecnológica, que ganha o singelo nome de Automação.
Imagine agora uma empresa do futuro: com um dono ou uma sociedade anônima, pouquíssimos funcionários ou nenhum em cargos gerenciais, e toda a parte operacional sendo executada por máquinas, cada vez mais inteligentes. Máquinas produzindo coisas, máquinas transportando coisas, máquinas tomando decisões a partir de equações de otimização. Máquinas até mesmo consertando outras máquinas. Surreal? Parece Exterminador do Futuro ou Matrix, não?
Pois então. Este fenômeno anuncia um novo modo de produção que vem criando forma e densidade a partir das últimas décadas do século XX, e que algum estudioso, possivel seja, chamará de Automatismo. E aí, neste caso, o julgamento sobre a relação entre capital e trabalho perde o sentido. Como falar de mais-valia sem existir exploração do trabalho?
Pois bem que um aspecto que mantinha até pouco tempo atrás o trabalho humano como insubstituível é a inteligência. Isto é, qualquer trabalho, por mais braçal que este fosse, se ele é – ou era - bem realizado por um ser humano, é porque a inteligência humana, com o seu conjunto de ações seqüenciais e organizadas e as suas decisões corretas, faz com que a produção seja (ou fosse) mais eficiente, mais segura e mais eficaz do que se o homem não estivesse presente.
Entretanto, um elemento chamado computador – capaz de reunir algumas destas características antes puramente humanas – quando aliado a um conjunto de máquinas eletromecânicas, permitiu substituir a intervenção humana na solução de determinadas classes de problema. Algumas ações, antes vistas como “inteligentes”, passam a poder serem executadas por esta combinação tecnológica, que ganha o singelo nome de Automação.
Imagine agora uma empresa do futuro: com um dono ou uma sociedade anônima, pouquíssimos funcionários ou nenhum em cargos gerenciais, e toda a parte operacional sendo executada por máquinas, cada vez mais inteligentes. Máquinas produzindo coisas, máquinas transportando coisas, máquinas tomando decisões a partir de equações de otimização. Máquinas até mesmo consertando outras máquinas. Surreal? Parece Exterminador do Futuro ou Matrix, não?
Pois então. Este fenômeno anuncia um novo modo de produção que vem criando forma e densidade a partir das últimas décadas do século XX, e que algum estudioso, possivel seja, chamará de Automatismo. E aí, neste caso, o julgamento sobre a relação entre capital e trabalho perde o sentido. Como falar de mais-valia sem existir exploração do trabalho?
Sob o ponto de vista produtivo, não há como negar que o inevitável fenômeno da automação faz surgir muito mais ganhos do que perdas. Máquinas em geral falham menos do que seres humanos, não cobram salário, não faltam trabalho, não reclamam, e de quebra ainda costumam ter uma produtividade maior do que a dos trabalhadores.
Porém, sob o aspecto social, ela causa um problema devastador: automação leva muita gente ao desemprego e, às vezes, ao profundo abandono. E agora? Como lidar com isso? Tentar estimular as empresas a abandonarem suas máquinas e recontratarem pessoas é uma mera perda de tempo.
Entretanto, pelo menos neste momento em que as máquinas não dominaram o mundo, as classes de trabalho que começam a serem substituídas por elas são aquelas mais repetitivas e que requeiram uma menor quantidade de decisões humanas (que tendem a ser computacionalmente mais complexas) na sua realização. Logo, se a população que está sendo excluída deste mercado de trabalho não tiver condições de se prepar para ocupar outras funções de maior perspicácia humana, o governo será o principal culpado.
Agora tem um outro aspecto controverso. Observando a economia pelo âmbito das mercadorias, surgem, em decorrência disto, hipóteses interessantes. Se considerarmos que o principal consumidor da maioria das mercadorias produzidas – inclusive aquelas produzidas com automação – é o trabalhador, vamos nos deparar com um monte de desempregados que não terão poder de compra destes produtos. Em muitos tipos deles, por falta de demanda, seus preços poderão cair.
Por outro lado, o notável aumento da capacidade produtiva proporcionado pela automação faz com que os custos de produção caiam também. Daí, por conseqüência, baixar os preços, no pior dos casos, já não corta tanto a carne de quem produz.
E quanto a mim? Que final eu espero para esta novela?
Ora, eu sou um sonhador. Eu sonho com um futuro com automação total, repleto de máquinas, produzindo exatamente (ou um pouco mais) o que todo mundo precisa consumir para sobreviver, e distribuindo-os de graça. Ou pelo menos a preços muito menores do que os de hoje. Não sou comunista, mas sempre me pego a pensar em benefícios para a sociedade como um todo.
Agora tem um outro aspecto controverso. Observando a economia pelo âmbito das mercadorias, surgem, em decorrência disto, hipóteses interessantes. Se considerarmos que o principal consumidor da maioria das mercadorias produzidas – inclusive aquelas produzidas com automação – é o trabalhador, vamos nos deparar com um monte de desempregados que não terão poder de compra destes produtos. Em muitos tipos deles, por falta de demanda, seus preços poderão cair.
Por outro lado, o notável aumento da capacidade produtiva proporcionado pela automação faz com que os custos de produção caiam também. Daí, por conseqüência, baixar os preços, no pior dos casos, já não corta tanto a carne de quem produz.
E quanto a mim? Que final eu espero para esta novela?
Ora, eu sou um sonhador. Eu sonho com um futuro com automação total, repleto de máquinas, produzindo exatamente (ou um pouco mais) o que todo mundo precisa consumir para sobreviver, e distribuindo-os de graça. Ou pelo menos a preços muito menores do que os de hoje. Não sou comunista, mas sempre me pego a pensar em benefícios para a sociedade como um todo.
E o que pensar dos trabalhadores que desde já vêm sendo substituídos por máquinas? Que sejam educados e treinados para exercerem funções mais humanas e menos mecânicas, que neste caso estarão dando uma grande contribuição para a sociedade, como é o exemplo da pesquisa. Para nosso consolo, ainda existem determinadas classes de atividade que segundo a Inteligência Artificial, os computadores não são capazes de realizar.
domingo, outubro 22, 2006
PORQUE VOTO NO LULA
POLÍTICA
Voto em Lula porque voto em partido, e não em candidato. Muito embora eu simpatize muito com a figura do presidente, devo antes considerar que ele é preposto de um partido que melhor representa a minha classe – a classe trabalhadora – e este deve ser o motivo magno de eleição de qualquer candidato, ante à sua representatividade perante a sociedade. E votar num tucano-pefelista, de tendências liberais, a menos que eu fosse um rico empresário, não faz o menor sentido. Seria ir de encontro a boa parte dos meus ideais políticos e aos meus próprios anseios.
Voto em Lula porque, ideais partidários à parte, se eu não fosse votar nele, teria que votar no Alckmin. E votar no ex-governador de São Paulo, com todas as suas propostas contraditórias entre cortar gastos e promover desenvolvimento – cuja matemática não “fecha” – seria acreditar num projeto político falsário e demagógico.
Voto em Lula também porque a Bahia, a partir de 1 de janeiro de 2007, será livre. E petista. Assim sendo, mesmo que eu tivesse algum tipo de desamor com o PT, colocar um presidente tucano-pefelista é pedir pra que a Bahia sofra tanto quanto sofreu Salvador durante o governo da esquerdista e pouco-diplomática Lídice da Mata.
Voto em Lula porque os números mostram o quanto o governo deste “ignorante” – como é chamado, com apelo, pelos que se dizem “intelectuais” – foi mais prudente e mais eficaz do que os governos anteriores. Governos estes que foram conduzidos por um renomado sociólogo - um outro tucano vendedor de estatais - que, depois que assumiu a presidência, proferiu literalmente a frase “esqueçam tudo aquilo que eu falei antes”. E números são a única maneira objetiva e imparcial de se estabelecer uma comparação entre dois governos.
Voto em Lula porque não houve privatizações no seu governo, e nem expansão da dependência do know-how estrangeiro, como antes era feito. Contratos que antes seriam firmados com empresas estrangeiras foram firmados aqui. Dinheiro circulando aqui, empregos gerados aqui, com conhecimento técnico e tecnológico dos profissionais daqui. Isto é que é promover desenvolvimento. O contrário seria promover dependência.
Voto em Lula porque falo pelo que vejo, e o seu governo foi o melhor governo que já vi, com meus próprios olhos, durante anos que tenho em vida. E o melhor governo sob o ponto de vista da ÉTICA também. Afinal de contas, e ao contrário do que se prega, a crise política não retrata o governo mais corrupto de todos os tempos, mas sim o governo MAIS TRANSPARENTE. O simples ato de acusar não torna o acusador idôneo. E pobre daquele que condena o PT, acreditando que não existe corrupção no governo de seus arqui-rivais.
Por fim, voto em Lula porque quero ele no governo por mais 4 anos. Lula no poder é o símbolo de uma quebra de monopólio político, econômico e ideológico, onde os membros deste tríplice poderio entraram em guerra entre si. Se eles estão em guerra, ganha a sociedade, tal como um mercado consumidor ganha quando existe a concorrência. Voto em Lula porque quero mais 4 anos de guerra, 4 anos de gente grande insatisfeita, 4 anos de crise política e de bombardeios, porque é destas farpas onde brota a verdadeira democracia.
domingo, setembro 24, 2006
ARTE, AMOR E ILUSÃO
CINE
Um filme de Neil Labute, de 2003, com Rachel Weisz e Paul Rudd (The Shape of Things, no título original). Uma produção restrita, e não muito divulgada. Nem todos os cinéfilos o conhecem. Para se ter idéia, deu um certo trabalho pra conseguir encontrá-lo nas locadoras daqui de Salvador.
Um filme genial, sobre sedução e manipulação. É genial porque todo ele – roteiro, sinopse, arte da capa, tudo – foi tramado para iludir o espectador até os seus minutos finais, fazendo-se passar por um filme romântico comum. Até a locadora caiu no conto do vigário, pois a única cópia que eles tinham estava perdida na sessão de comédia romântica.
A história inicia com uma estudante de artes (Rachel Weisz) que conhece um funcionário de um museu (Paul Rudd), de onde se desencadeia um romance. A estória também envolve um outro casal de amigos deste rapaz, cujos envolvimentos eventualmente se cruzam entre os casais.
O filme, volta e meia, está tocando nos pontos de vista do artista. Como parece ser do apreço deste diretor, ele mostra até onde é capaz de chegar um ser humano a fim de se fazer realizar a sua arte. E mostra o quanto o sentimentos humanos podem ser descartados em prol de excentricidade.
Frase: “Moralistas não têm espaço na arte”.
Um filme genial, sobre sedução e manipulação. É genial porque todo ele – roteiro, sinopse, arte da capa, tudo – foi tramado para iludir o espectador até os seus minutos finais, fazendo-se passar por um filme romântico comum. Até a locadora caiu no conto do vigário, pois a única cópia que eles tinham estava perdida na sessão de comédia romântica.
A história inicia com uma estudante de artes (Rachel Weisz) que conhece um funcionário de um museu (Paul Rudd), de onde se desencadeia um romance. A estória também envolve um outro casal de amigos deste rapaz, cujos envolvimentos eventualmente se cruzam entre os casais.
O filme, volta e meia, está tocando nos pontos de vista do artista. Como parece ser do apreço deste diretor, ele mostra até onde é capaz de chegar um ser humano a fim de se fazer realizar a sua arte. E mostra o quanto o sentimentos humanos podem ser descartados em prol de excentricidade.
Frase: “Moralistas não têm espaço na arte”.
CLUBE DA LUTA
CINE
De David Fincher, lançado em 1999 (Fight Club, no idioma original), é um bom suspense, com Edward Norton, Brad Pitt e Helena Bonham Carter. O roteiro surpreende, engana muito. Por isso é fundamental que se preste atenção a todos os detalhes do filme. O que não parecer, a princípio, ter muita importância, no final terá.
Em alguns aspectos ele me lembrou O Operário, de Brad Anderson, nos aspectos do real versus imaginário. Mas a estória gira em torno de um investigador de seguros insone, um vendedor de sabonetes, e uma mulher excêntrica. Os três buscam, de alguma maneira, meios de entender as próprias emoções. Os dois primeiros, ao descobrirem que lutar é uma excelente terapia de vida, fundam uma facção de fanáticos com este propósito, e que em grande velocidade se expande pelo país.
É um filme muito, mas muito rico. Rico de mensagens subliminares, de questionamentos sobre os sentimentos e instintos humanos, rico de arte e fotografia (preste bem atenção a este detalhe), de roteiro, e de originalidade. É, em quase todos os aspectos, um filme bastante incomum.
Clube da Luta traz uma série de reflexões sobre a mente humana e o seu lado obscuro. Ele parece sempre querer focar num misterioso, caótico e inimigo sentimento, que sempre atordoa: o medo. O filme mostra mil e uma maneiras adversas de se entender o próprio medo, e mais mil e uma de como se lidar com ele.
Frase: “Aqui as pessoas realmente lhe ouvem, e não apenas ficam esperando a sua hora de falar”
É um filme muito, mas muito rico. Rico de mensagens subliminares, de questionamentos sobre os sentimentos e instintos humanos, rico de arte e fotografia (preste bem atenção a este detalhe), de roteiro, e de originalidade. É, em quase todos os aspectos, um filme bastante incomum.
Clube da Luta traz uma série de reflexões sobre a mente humana e o seu lado obscuro. Ele parece sempre querer focar num misterioso, caótico e inimigo sentimento, que sempre atordoa: o medo. O filme mostra mil e uma maneiras adversas de se entender o próprio medo, e mais mil e uma de como se lidar com ele.
Frase: “Aqui as pessoas realmente lhe ouvem, e não apenas ficam esperando a sua hora de falar”
CRASH - NO LIMITE
CINE
Crash é uma produção de Paul Haggis, publicada em 2004. O filme trata basicamente de duas coisas: discriminação étnica e racial, e preconceito. Segundo a sinopse, a idéia de Haggis é mostrar uma atual conjuntura de intolerância acometida na sociedade norte-americana, intensificada em conseqüência dos conflitos do 11 de setembro.
A estória transcorrida não segue a linha convencional, e por isso não envolve um personagem principal. Envolve um conjunto de estórias de pessoas e famílias diferentes que eventualmente se cruzam. E, recheando os atos destes personagens, está sempre a intolerância.
Por um lado, o filme retrata algumas facetas do racismo que costumam ficar implícitas nas diferentes posições da sociedade, e o abuso de poderes neste sentido por algumas destas pessoas. Por outro lado, ele procura mostrar o quanto de preconceito e discriminações estas posições são capazes de abrigar, e o quanto esta sociedade paga com isso.
Um detalhe importante é que este é o primeiro filme que assisti, até hoje, sem uma única palavra em português, nem em diálogo e nem na legenda. O objetivo disto foi tentar ir migrando de idioma, pouco a pouco, a num futuro conseguir assistir a filmes de língua inglesa sem nenhuma legenda.
O resultado desta artimanha – manter tanto o idioma quanto a legenda em inglês – totalmente ao contrário do que eu imaginava, foi muito bom. Além de, em poucas vezes se precisar apelar para o “volta-e-repete”, e ainda assim conseguir entender suficientemente bem os diálogos, estes últimos começaram – pela primeira vez num filme internacional – a aparecer de fato na cena, vívidos, de uma maneira quase tão clara quanto de um filme nacional.
O preço pago para focar, ler e entender uma legenda em português – concluo – é ter que abnegar o diálogo original em som. Até porque, se você é um ser humano normal, na velocidade de um filme comum, ou você presta atenção no diálogo do som, em inglês, ou você presta atenção na legenda.
Pois bem. Se for ligar o subtitle, só não recomendo a tentar fazer traduções em tempo real. É melhor pensar em inglês, mesmo.
Frase: “Você acha que realmente se conhece?”.
sexta-feira, setembro 22, 2006
FALSA DEMOCRACIA
POLÍTICA
Democracia vem do grego demokratía, onde demo = povo e kratía = governo. Um governo controlado pelo povo, por assim dizer. Algo que parece sugerir: “governo a favor da justiça e igualdade para todos”. Um sistema politicamente correto, pelo menos na teoria, que tem a ver com o direito e a representatividade igualitária de todos, no exercício da administração e do controle da sociedade.
Pois bem que esta democracia, no final das contas, não preza pelo bem de todos. Isto porque existe, num processo eleitoral, uma parcela – pequena, mas significativa – de pessoas que são desumanamente exploradas em prol de interesses particulares relacionados ao poder público. E os nossos dignos candidatos – em especial, aqueles mais bem eleitos – são altamente injustiçados neste sentido, uma vez que eles não têm todos os seus direitos assegurados pelas leis vigentes.
Eu explico o porquê. Um exemplo de como a coisa funciona: um determinado político, chamado João da Silva, se candidata a vereador numa grande cidade brasileira como Salvador, cujo complexo eleitoral abriga uma grande parcela de votantes analfabetos ou com ensino fundamental não concluído. Este político está devidamente filiado a um partido imaginário qualquer, que aqui chamaremos de PDNL (Partido da Direita Neo-Liberal).
Este candidato, bem como o seu partido, são implicitamente motivados por uma empresa imaginária – a Rede de Supermercados A-Mais – de que cujos sócios ele pode ser, por exemplo, amigo íntimo, ao ponto de freqüentar a casa e de compartilhar camarões ao molho de gorgonzola e vinho branco. Perceba aí, um sutil início de manipulação por parte destes empresários, para com este justo defensor das causas comuns, onde faz-se valer de soberba e supostos laços pessoais em prol de interesses privilegiados.
Assim, o PDNL irá receber destes empresários um certo apoio moral para dar suporte à campanha de João da Silva. E este apoio moral - uma benevolência de humildes R$ 800.000,00 (oitocentos mil reais) - enganosamente não são declarados nas contas do partido (não é caixa dois, seus maldosos! É apenas um engano). Esta doação tem a intenção de gastos com publicidade e com alguns bondosos brindes – como cestas básicas, telha, cimento e camisetas com as cores da vitória – gentilmente doados aos seus eleitores sem nenhuma segunda intenção.
Daí, por uma questão de pleno exercício da democracia, eis que João da Silva é eleito vereador pelo PDNL.
Bom, como quem dá alguma coisa quer outra em troca – mesmo entre os amigos mais íntimos – não podemos esperar que a Rede A-Mais tenha comprado todos estes eleitores para que João da Silva represente os interesses do povo. Até porque os interesses do povo – quem consome – não necessariamente são os mesmos interesses do supermercado – quem fornece.
Por fim, a idéia é que João da Silva é um preposto empregado, representante dos hipermercados A-Mais na Câmara Municipal. Alguém que estará lá, eleito pelo povo (ou melhor dizendo, por meio do povo), batalhando duramente para representar, por mais que contra os interesses deste mesmo povo, uma causa. E aí, este guerreiro e defensor dos pobres e injustiçados, lá estará, por mais que de uma maneira demagógica e falsária, votando e propondo projetos que, no final das contas, favorecem aos supermecados A-Mais.
Agora pergunto eu: de acordo com a CLT, não se consolidaria, aí, uma relação de trabalho? Não estaria, portanto, o pobre vereador João da Silva sendo explorado por esta empresa, num violento desrespeito às consolidadas leis trabalhistas?
Pois bem que esta democracia, no final das contas, não preza pelo bem de todos. Isto porque existe, num processo eleitoral, uma parcela – pequena, mas significativa – de pessoas que são desumanamente exploradas em prol de interesses particulares relacionados ao poder público. E os nossos dignos candidatos – em especial, aqueles mais bem eleitos – são altamente injustiçados neste sentido, uma vez que eles não têm todos os seus direitos assegurados pelas leis vigentes.
Eu explico o porquê. Um exemplo de como a coisa funciona: um determinado político, chamado João da Silva, se candidata a vereador numa grande cidade brasileira como Salvador, cujo complexo eleitoral abriga uma grande parcela de votantes analfabetos ou com ensino fundamental não concluído. Este político está devidamente filiado a um partido imaginário qualquer, que aqui chamaremos de PDNL (Partido da Direita Neo-Liberal).
Este candidato, bem como o seu partido, são implicitamente motivados por uma empresa imaginária – a Rede de Supermercados A-Mais – de que cujos sócios ele pode ser, por exemplo, amigo íntimo, ao ponto de freqüentar a casa e de compartilhar camarões ao molho de gorgonzola e vinho branco. Perceba aí, um sutil início de manipulação por parte destes empresários, para com este justo defensor das causas comuns, onde faz-se valer de soberba e supostos laços pessoais em prol de interesses privilegiados.
Assim, o PDNL irá receber destes empresários um certo apoio moral para dar suporte à campanha de João da Silva. E este apoio moral - uma benevolência de humildes R$ 800.000,00 (oitocentos mil reais) - enganosamente não são declarados nas contas do partido (não é caixa dois, seus maldosos! É apenas um engano). Esta doação tem a intenção de gastos com publicidade e com alguns bondosos brindes – como cestas básicas, telha, cimento e camisetas com as cores da vitória – gentilmente doados aos seus eleitores sem nenhuma segunda intenção.
Daí, por uma questão de pleno exercício da democracia, eis que João da Silva é eleito vereador pelo PDNL.
Bom, como quem dá alguma coisa quer outra em troca – mesmo entre os amigos mais íntimos – não podemos esperar que a Rede A-Mais tenha comprado todos estes eleitores para que João da Silva represente os interesses do povo. Até porque os interesses do povo – quem consome – não necessariamente são os mesmos interesses do supermercado – quem fornece.
Por fim, a idéia é que João da Silva é um preposto empregado, representante dos hipermercados A-Mais na Câmara Municipal. Alguém que estará lá, eleito pelo povo (ou melhor dizendo, por meio do povo), batalhando duramente para representar, por mais que contra os interesses deste mesmo povo, uma causa. E aí, este guerreiro e defensor dos pobres e injustiçados, lá estará, por mais que de uma maneira demagógica e falsária, votando e propondo projetos que, no final das contas, favorecem aos supermecados A-Mais.
Agora pergunto eu: de acordo com a CLT, não se consolidaria, aí, uma relação de trabalho? Não estaria, portanto, o pobre vereador João da Silva sendo explorado por esta empresa, num violento desrespeito às consolidadas leis trabalhistas?
sábado, setembro 16, 2006
ENERGIA NUCLEAR
FÍSICA
Energia nuclear é um grande vilão da história, tanto para uso pacífico quanto obviamente para construção de bombas atômicas. Ativistas pacifistas a condenam fervorosamente. E com razão. Aliás, se mensurarmos os estragos que a humanidade já sofreu por causa deste “filho” de Einstein – desde os ataques de Hiroshima e Nagazaki, até o acidente de Chernobyl - há motivos de sobra.
O que não se conta, entretanto, é que energia nuclear é uma alternativa viável sob muitos pontos de vista, dentre aspectos técnicos, econômicos e – pasme, se quiser - ambientais. E há situações em que é extremamente complicado consumir energia de uma outra matriz que não seja ela. Países da Europa como a França, por exemplo, são vitalmente dependentes da energia nuclear.
Já começa que, ao contrário do que se prega, a energia atômica é bastante limpa. Não que se diga que o subproduto radioativo de usinas deste tipo não seja extremamente danoso para o ambiente se for expurgado nele. Mas sim porque a quantidade deste dejeto é pequena o suficiente para ser muito bem controlada e condicionada, para que tome destinos apropriados.
Há uma outra maneira não menos relevante de justificar o uso de energia atômica. Basta considerar que a quantidade de energia que se consegue explorar da matéria prima nuclear, é algo tão assustadoramente grande, que torna irrisório qualquer combustível sólido, líquido ou gasoso, ou ainda outro meio de extração oriundo de potencial gravitacional, como hidroelétricas, eólicas ou marés. Em suma, a quantidade de energia atômica existente em um mísero quilograma de matéria-prima nuclear, faz virar fichinha toda a energia proveniente de um quilograma de insumo de qualquer uma destas outras fontes.
Com a licença que um não-físico tenha pra falar, existem dois tipos de produção de energia nuclear, que são a fissão e a fusão. Dois métodos opostos, diga-se. Fissão é a quebra do núcleo de um átomo, e fusão é a união de núcleos de dois átomos em um só. Ambos os processos produzem energia. Quantidades absurdamente grandes de energia, aliás.
FISSÃO
Para se fazer fissão, é necessário usar um material de número atômico grande - como o urânio – que, por natureza, já é radioativo. Ser radioativo neste sentido quer dizer que ele tem um núcleo tão denso que suas partículas, vivendo um intenso desamor entre si, são pouco a pouco arremessadas para fora do átomo – e coitado de quem ficar na frente!
Depois de colhido e purificado o urânio, ele passa por um processo de enriquecimento que, ao que parece, faz o átomo ficar mais instável ainda. Sendo assim, ele se torna altamente propenso à ruptura do núcleo. Quando um átomo se rompe, ele arremessa as partículas do seu núcleo para fora, que fatalmente, ao atingir outro átomo vizinho, provoca ruptura neste outro também. O processo se repete, em progressão geométrica, de maneira que, a depender da quantidade, a coisa pode ser explosiva. Assim funciona a nossa inimiga bomba atômica.
Entretanto, como já sugerido, não é qualquer quantidade de urânio junto que o faz explodir. Existe um limite de massa – que os físicos chamam de massa crítica – donde uma quantidade menor que ele faz a reação se apagar ou ficar enfraquecida. De igual maneira, uma quantidade maior do que a massa crítica fará a reação em cadeia ser instantânea e irreversível, na proporção da quantidade de matéria em questão.
Assim, a chamada massa crítica - que deixa o urânio com o tamanho de aproximadamente uma bola de tênis - é calculada e francamente utilizada pelos projetistas de artefatos nucleares, no intuito de deixar o “dedo no gatilho”. O pavil deste troço está na separação entre as duas partes de urânio com quantidade exata de massa crítica, mas dentro de um mesmo invólucro de material imune à reatividade.
O que não se conta, entretanto, é que energia nuclear é uma alternativa viável sob muitos pontos de vista, dentre aspectos técnicos, econômicos e – pasme, se quiser - ambientais. E há situações em que é extremamente complicado consumir energia de uma outra matriz que não seja ela. Países da Europa como a França, por exemplo, são vitalmente dependentes da energia nuclear.
Já começa que, ao contrário do que se prega, a energia atômica é bastante limpa. Não que se diga que o subproduto radioativo de usinas deste tipo não seja extremamente danoso para o ambiente se for expurgado nele. Mas sim porque a quantidade deste dejeto é pequena o suficiente para ser muito bem controlada e condicionada, para que tome destinos apropriados.
Há uma outra maneira não menos relevante de justificar o uso de energia atômica. Basta considerar que a quantidade de energia que se consegue explorar da matéria prima nuclear, é algo tão assustadoramente grande, que torna irrisório qualquer combustível sólido, líquido ou gasoso, ou ainda outro meio de extração oriundo de potencial gravitacional, como hidroelétricas, eólicas ou marés. Em suma, a quantidade de energia atômica existente em um mísero quilograma de matéria-prima nuclear, faz virar fichinha toda a energia proveniente de um quilograma de insumo de qualquer uma destas outras fontes.
Com a licença que um não-físico tenha pra falar, existem dois tipos de produção de energia nuclear, que são a fissão e a fusão. Dois métodos opostos, diga-se. Fissão é a quebra do núcleo de um átomo, e fusão é a união de núcleos de dois átomos em um só. Ambos os processos produzem energia. Quantidades absurdamente grandes de energia, aliás.
FISSÃO
Para se fazer fissão, é necessário usar um material de número atômico grande - como o urânio – que, por natureza, já é radioativo. Ser radioativo neste sentido quer dizer que ele tem um núcleo tão denso que suas partículas, vivendo um intenso desamor entre si, são pouco a pouco arremessadas para fora do átomo – e coitado de quem ficar na frente!
Depois de colhido e purificado o urânio, ele passa por um processo de enriquecimento que, ao que parece, faz o átomo ficar mais instável ainda. Sendo assim, ele se torna altamente propenso à ruptura do núcleo. Quando um átomo se rompe, ele arremessa as partículas do seu núcleo para fora, que fatalmente, ao atingir outro átomo vizinho, provoca ruptura neste outro também. O processo se repete, em progressão geométrica, de maneira que, a depender da quantidade, a coisa pode ser explosiva. Assim funciona a nossa inimiga bomba atômica.
Entretanto, como já sugerido, não é qualquer quantidade de urânio junto que o faz explodir. Existe um limite de massa – que os físicos chamam de massa crítica – donde uma quantidade menor que ele faz a reação se apagar ou ficar enfraquecida. De igual maneira, uma quantidade maior do que a massa crítica fará a reação em cadeia ser instantânea e irreversível, na proporção da quantidade de matéria em questão.
Assim, a chamada massa crítica - que deixa o urânio com o tamanho de aproximadamente uma bola de tênis - é calculada e francamente utilizada pelos projetistas de artefatos nucleares, no intuito de deixar o “dedo no gatilho”. O pavil deste troço está na separação entre as duas partes de urânio com quantidade exata de massa crítica, mas dentro de um mesmo invólucro de material imune à reatividade.
Este revestimento - que suponho ser de chumbo ou uma liga com ele - mantém as duas bolas de tênis separadas em dois compartimentos, como se fosse uma casa de dois quartos, ligados por uma porta isolante. Acender o pavil desta bomba consiste em abrir a porta que impede a comunicação entre as duas quantidades de massa crítica, e então, fazê-las, carinhosamente por meio de TNT, encaixarem-se uma na outra. Daí então... Bum! (com onomatopéia e tudo!)
A quantidade de energia que se consegue produzir com este processo é algo estupidamente grande. O grande desafio do seu uso, entretanto, está em se fazer consumir energia atômica por meio de fissão, de uma maneira controlada. Isto porque este sistema é extremamente instável, o que quer dizer que um mero vacilo, mais do que fatal, pode ser altamente desastroso.
Ao que tenho conhecimento, todas as usinas nucleares até hoje existentes - inclusive a de Chernobyl - tem usado fissão nuclear. Mas, antes de atacar o emprego deste tipo de exploração de energia, além de considerar a dependência que o mundo tem dela, não devemos esquecer dois fatores importantes:
O primeiro é que, quando Chernobyl foi construída, o mundo vivia uma era cujos recursos tecnológicos de segurança não chegavam aos pés dos de hoje.
O segundo é que a Rússia, então “potência mundial” que operava esta usina nas décadas passadas, usava determinados processos e critérios que - cuja razão desconheço - eram quase que totalmente diferentes do que o resto do mundo já praticava desde a ocasião para a mesma finalidade.
FUSÃO
O processo de fusão não é tão “prático” quanto o de fissão, mas tem algo de glamouroso. Fusão nuclear consiste em unir dois átomos em um só, num romantismo cujo resultado é uma produção energética tão estupidamente grande, que coloca até mesmo a fissão nuclear no chulé. Tanto o é, que a famosa bomba H - à base de fusão - possuía 750 vezes mais poder do que a primeira bomba de fissão.
A quantidade de energia que se consegue produzir com este processo é algo estupidamente grande. O grande desafio do seu uso, entretanto, está em se fazer consumir energia atômica por meio de fissão, de uma maneira controlada. Isto porque este sistema é extremamente instável, o que quer dizer que um mero vacilo, mais do que fatal, pode ser altamente desastroso.
Ao que tenho conhecimento, todas as usinas nucleares até hoje existentes - inclusive a de Chernobyl - tem usado fissão nuclear. Mas, antes de atacar o emprego deste tipo de exploração de energia, além de considerar a dependência que o mundo tem dela, não devemos esquecer dois fatores importantes:
O primeiro é que, quando Chernobyl foi construída, o mundo vivia uma era cujos recursos tecnológicos de segurança não chegavam aos pés dos de hoje.
O segundo é que a Rússia, então “potência mundial” que operava esta usina nas décadas passadas, usava determinados processos e critérios que - cuja razão desconheço - eram quase que totalmente diferentes do que o resto do mundo já praticava desde a ocasião para a mesma finalidade.
FUSÃO
O processo de fusão não é tão “prático” quanto o de fissão, mas tem algo de glamouroso. Fusão nuclear consiste em unir dois átomos em um só, num romantismo cujo resultado é uma produção energética tão estupidamente grande, que coloca até mesmo a fissão nuclear no chulé. Tanto o é, que a famosa bomba H - à base de fusão - possuía 750 vezes mais poder do que a primeira bomba de fissão.
Entretanto, para que os átomos possam, em pares, chegar a esse tão desejado estágio de unidade, eles precisam atingir temperaturas da ordem de três milhões de graus celsius. Algo que, no universo, só é comumente encontrada no centro das estrelas, por ação das suas gravidades. O Sol, por exemplo, é uma fonte bastante popular de fusão nuclear, que transforma todos os dias, por meio deste processo, grandes quantidades de hidrogênio (H2) em Hélio (He).
Porém, uma temperatura de tamanha magnitude - um desconfortável e inviável calor, digamos assim – não é nada muito fácil de se conseguir. Pra se ter idéia, o fogão da sua casa, ralando muito, consegue produzir 380 graus, e um maçarico de solda de cobre sequer beira os mil graus. De uma maneira geral, não se imagina produzir tanta temperatura sem que se haja uma fonte muito alta de energia - e brusca, até porque a atmosfera irá absorvê-la com facilidade, atrapalhando as concentrações.
Até já li a respeito de um suposto invento, proposto para disparar o processo de fusão nuclear, concentrando magnetismo num anel através de um toróide. Este elemento, associàdo à chamada física de plasma, seria capaz de produzir esta temperatura. Entretanto, por questões de viabilidade, a melhor forma de se produzir fusão é usando uma bomba de fissão nuclear como “catalisador”. Ou seja, ainda continuamos dependentes da fissão.
Porém, uma temperatura de tamanha magnitude - um desconfortável e inviável calor, digamos assim – não é nada muito fácil de se conseguir. Pra se ter idéia, o fogão da sua casa, ralando muito, consegue produzir 380 graus, e um maçarico de solda de cobre sequer beira os mil graus. De uma maneira geral, não se imagina produzir tanta temperatura sem que se haja uma fonte muito alta de energia - e brusca, até porque a atmosfera irá absorvê-la com facilidade, atrapalhando as concentrações.
Até já li a respeito de um suposto invento, proposto para disparar o processo de fusão nuclear, concentrando magnetismo num anel através de um toróide. Este elemento, associàdo à chamada física de plasma, seria capaz de produzir esta temperatura. Entretanto, por questões de viabilidade, a melhor forma de se produzir fusão é usando uma bomba de fissão nuclear como “catalisador”. Ou seja, ainda continuamos dependentes da fissão.
Uma outra inestimável vantagem na fusão nuclear, além do seu poder energético, é que, por ser estável, ela NÃO É uma reação em cadeia. Este fato a torna, em tese, uma fonte de energia muito mais segura do que a fissão.
BENEFÍCIOS
Energia nuclear tem uma pá de facetas. Há seu lado do risco, há seu lado utópico (até então), e há seu benefício. Mas de uma maneira geral, há uma viabilidade no seu uso controlado. Tanto há, que muitos governos dos mais heterogêneos países, utilizam este tipo de energia como matriz viável ou até mesmo indispensável.
Nós Brasileiros não precisamos tanto de energia nuclear, porque temos muitos rios para produzir energia, não é verdade? Somos felizes porque a maior parte da energia elétrica que consumimos vem do potencial gravitacional da água dos rios? Sim, somos felizes, na verdade, é porque temos todos estes rios para produzir energia. Nem todos os países têm.
Mas não tenhamos a ilusão de que uma usina hidroelétrica é absolutamente limpa, nobre e inofensiva ao meio ambiente, simplesmente porque usa prefixo “hidro”. Uma vez que rios são cercados por barragens, grandes áreas são inundadas.
BENEFÍCIOS
Energia nuclear tem uma pá de facetas. Há seu lado do risco, há seu lado utópico (até então), e há seu benefício. Mas de uma maneira geral, há uma viabilidade no seu uso controlado. Tanto há, que muitos governos dos mais heterogêneos países, utilizam este tipo de energia como matriz viável ou até mesmo indispensável.
Nós Brasileiros não precisamos tanto de energia nuclear, porque temos muitos rios para produzir energia, não é verdade? Somos felizes porque a maior parte da energia elétrica que consumimos vem do potencial gravitacional da água dos rios? Sim, somos felizes, na verdade, é porque temos todos estes rios para produzir energia. Nem todos os países têm.
Mas não tenhamos a ilusão de que uma usina hidroelétrica é absolutamente limpa, nobre e inofensiva ao meio ambiente, simplesmente porque usa prefixo “hidro”. Uma vez que rios são cercados por barragens, grandes áreas são inundadas.
Teses de doutorado têm demonstrado que o acúmulo de material orgânico e bactérias nestas represas, decorrente da fauna e flora mortas pela inundação, diminuem o pH da água e produzem metano, tornando-a de difícil sobrevivência para muitas espécies no local. Não bastasse, o impacto ambiental para um empreendimento de tamanha dimensão, atinge espécies animais, vegetais, e até famílias que vivem da caça, pesca e plantio nestas regiões.
Ainda sobre energia nuclear, ao contrário do que os grupos pacifistas do passado hão de imaginar, não existe uma fuga no mundo sobre o consumo deste tipo de energia. As evidências têm provado, ao redor do globo, é que há uma adoção constante dela - ou talvez crescente – na medida em que a demanda de energia elétrica vem aumentando.
Há muitas promessas para uso de energia nuclear, e a sua exploração de maneira segura. Os benefícios seriam grandes. Só para se ter idéia, um carro idealizado, que fosse abastecido com uma pequena cápsula de energia nuclear, teria capacidade de autonomia contínua por mais de trezentos anos sem nenhum tipo de reabastecimento energético.
Já em se tratando de segurança de sistemas instáveis, a evolução da tecnologia é um item que devemos considerar. Aviões, com suas tantas toneladas, são sistemas altamente instáveis enquanto voam. Entretanto, seus recursos de tolerância a falhas são tão robustos que eles estão entre os primeiros das listas dos meios de transporte estatisticamente mais seguros (mesmo com a TAM operando as linhas domésticas do Brasil). Na energia nuclear, não há porque ser ao contrário. Tenho a franca esperança de que, num breve futuro, estaremos explorando-a estavelmente.
Enfim, não podemos descartar definitivamente este tipo de energia pelo simples preconceito, pelo seu mau uso, ou em absoluto pela memória do drástico acidente ocorrido há vinte anos atrás. É importante que busquemos olhar para uma mesma coisa por todos os pontos de vista. Ao contrário, assumimos o prejuízo do radicalismo preconceituoso.
Ainda sobre energia nuclear, ao contrário do que os grupos pacifistas do passado hão de imaginar, não existe uma fuga no mundo sobre o consumo deste tipo de energia. As evidências têm provado, ao redor do globo, é que há uma adoção constante dela - ou talvez crescente – na medida em que a demanda de energia elétrica vem aumentando.
Há muitas promessas para uso de energia nuclear, e a sua exploração de maneira segura. Os benefícios seriam grandes. Só para se ter idéia, um carro idealizado, que fosse abastecido com uma pequena cápsula de energia nuclear, teria capacidade de autonomia contínua por mais de trezentos anos sem nenhum tipo de reabastecimento energético.
Já em se tratando de segurança de sistemas instáveis, a evolução da tecnologia é um item que devemos considerar. Aviões, com suas tantas toneladas, são sistemas altamente instáveis enquanto voam. Entretanto, seus recursos de tolerância a falhas são tão robustos que eles estão entre os primeiros das listas dos meios de transporte estatisticamente mais seguros (mesmo com a TAM operando as linhas domésticas do Brasil). Na energia nuclear, não há porque ser ao contrário. Tenho a franca esperança de que, num breve futuro, estaremos explorando-a estavelmente.
Enfim, não podemos descartar definitivamente este tipo de energia pelo simples preconceito, pelo seu mau uso, ou em absoluto pela memória do drástico acidente ocorrido há vinte anos atrás. É importante que busquemos olhar para uma mesma coisa por todos os pontos de vista. Ao contrário, assumimos o prejuízo do radicalismo preconceituoso.
(revisão e colaboração: Wagner Pires)